Lajeado – Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) intensificaram a fiscalização de cargas na BR-386 ontem. Cinco motoristas foram autuados por transportar carregamentos como brita, areia e cascalho. Em um dos casos, o sobrepeso chegou a 22 toneladas.
De acordo com o policiamento, a quantia está “muito além da capacidade possível para o veículo”. O próprio fabricante do caminhão, observa a PRF, alerta ao fato de que o equipamento não tem resistência para suportar tal excesso, expondo assim todos os motoristas que transitam pela rodovia federal ao risco de acidente.
Somadas as cargas de quatro caminhões autuados pela PRF, foram contabilizadas mais de 50 toneladas de sobrepeso. Todos os condutores foram encaminhados ao posto da 4ª delegacia, no bairro Conventos, onde tiveram de fazer o transbordo. Feito isso e o registro pelo flagrante, eles foram liberados.
Os policiais rodoviários realizaram a fiscalização confrontando dados descritos na nota fiscal das mercadorias com a capacidade de carga dos veículos abordados. Além disso, contaram com uma balança privada. Há mais de dois anos, a PRF precisa alugar o equipamento de pesagem. Antes disso, contava com um fornecido pela concessionária de pedágio, Sulvias.
Apesar dos esforços da polícia, a falta de um equipamento no posto compromete a fiscalização, visto a facilidade com que notas fiscais podem ser formuladas – peso da carga ser maior do apresentado no documento. Mesmo assim, até o começo de julho, a PRF de Lajeado flagrou 73 veículos com carga acima do permitido. Juntos, somaram mais de 365 toneladas de sobrepeso.
A polícia se baseia em uma tabela do Denatran para estipular o valor da multa. Em cada caminhão, está afixada uma placa com a tara, que é o peso máximo que ele pode carregar, e a lotação. O preço varia de acordo com a proporção da sobrecarga. Conduzir um caminhão com excesso de peso é uma infração considerada média pelo código de trânsito.
Riscos e prejuízos
Conforme estudo do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), o sobrepeso reduz em 40% a vida útil do asfalto. Tal condição não é percebida instantaneamente, pois os veículos com excesso de peso deterioram o pavimento aos poucos. O custo com a manutenção cresce 33% e ocasiona prejuízo anual de R$ 1,4 bilhão nas rodovias federais do país.
Entre outras questões, provocam ainda lentidão no fluxo, problemas estruturais dos demais veículos que transitam pelas rodovias e sobrecarregam o sistema de freios. Com a frenagem afetada, em especial nas serras, os caminhões ficam sujeitos a graves acidentes.
