Servidores confirmam quatro dias de greve

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Servidores confirmam quatro dias de greve

Incertezas sobre pagamentos e projeto de congelamento geram manifestações

Estado
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Estado – A possibilidade de um novo parcelamento no salário mobiliza o funcionalismo estadual. Centrais sindicais confirmam paralisações a partir desta segunda-feira. As manifestações podem ganhar mais força caso o governo do Estado confirme o atraso no depósito dos vencimentos.

Estevão HeislerEm um primeiro momento, foi lançada a estimativa de pagar cerca de R$ 600 nas contas dos servidores até o fim de agosto. O governo deve se pronunciar na segunda-feira, 31. Na mesma data, também ocorre audiência pública, na Assembleia Legislativa (AL), para discutir a proposta de reorganização da gestão fiscal do Estado.

Para o Executivo, a aprovação do texto é fundamental e deve ajudar a estancar a crise financeira. Pelo projeto, o governo ficaria autorizado a congelar os aumentos salariais e os gastos públicos nos próximos anos.

A iniciativa desagrada os sindicatos de classe. Conforme o diretor do 8º núcleo do Cpers Sindicato, Oséias Souza de Freitas, a implementação da lei é outro fator preponderante para nortear a mobilização dos servidores. “Essa greve é educativa, pois o principal objetivo é orientar toda a sociedade gaúcha sobre as agressões do governo”, afirma.

Segundo a justificativa da lei, ela cria mecanismos de controle com o objetivo de alcançar o equilíbrio financeiro das contas públicas. Desse modo, julgando imperiosa a adoção de medidas drásticas que consigam não só contornar a deficiência de caixa, mas ajustar a longo prazo as finanças do Estado.

Porém, diante da possibilidade de ter a situação financeira e carreira afetadas em função das proposições, os funcionários públicos discordam do texto. O contraponto dos grevistas é o recente aumento de salários do governador, vice, deputados e secretários.

Escolas podem fechar

Professores da rede estadual devem aderir à greve a partir desta segunda. Na terça-feira, 1o, ocorre assembleia geral, regional, no ginásio do Colégio Estadual Castelo Branco. Representantes da Polícia Civil e Brigada Militar participam da reunião.

Uma palestra, ministrada por um integrante do Fórum dos Servidores Públicos do Estado, abordará os projetos de lei que tramitam na AL. Também serão definidos os próximos passos da categoria.

Na quarta-feira, 2, uma comissão formada por coordenadores do Cpers e representantes dos docentes vai a Porto Alegre participar do Conselho Geral Ampliado. O encontro ocorre na paróquia Pompéia, e deve apontar a sequência da mobilização no estado.

O provável último dia da greve, quinta-feira, 3, marcará a realização de um ato que visa reunir o maior número possível de funcionários públicos em frente do parlamento gaúcho. O objetivo é pressionar os deputados. “O projeto será votado e é contra ele que estaremos lá”, diz Freitas.

Como se posiciona cada categoria

Federação dos servidores: de acordo com o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, a intenção da entidade é incentivar a participação dos grevistas na audiência pública do dia 31. “Haverá greve, como já houve antes. E esperamos contar com um grande número de representações. No dia 3 também ocorrerão atos concomitantes no interior do estado.”

Sindicato de agentes da PC: segundo Magda Lopes, vice-presidente do Ugeirm, a categoria vai acatar a decisão da maioria. “Vamos participar do evento no Castelinho e nos organizaremos para realizar mais ações aqui em Lajeado. Além de enviar representantes à Assembleia que discute o PLC 206.”

Associação de Cabos e Soldados da BM: para o presidente da Abamf, Leonel Lucas, medidas drásticas podem ser tomadas. “Depois da grande caminhada do dia 18, decidimos que se houver novo parcelamento vamos ficar nos quartéis”.

Associação de oficiais da BM: o presidente da AsofBM, coronel Marcelo Gomes Costa, afirma que a classe pretende ingressar novamente na Justiça contra o governo. “É ultrajante, inconstitucional e viola a dignidade dos trabalhadores. As primeiras pessoas que se reuniram em sociedade fizeram isso para salvaguardar sua segurança, portanto, o governo do Estado não pode esperar o máximo da Brigada, sendo que nem o mínimo nos é proporcionado.”

Sindicato de servidores da Susepe: o secretário-geral da Amapergs, Cláudio Fernandes, frisa que o PLC 206 configura a atitude do Estado, congelando investimentos, retirando direitos, lesando a licença-prêmio, promoções e eximindo o governador de repor efetivo. “Se o governador pode criar uma lei que modifica a aposentadoria de pessoas que trabalham durante 35 anos, por que ele não começa dando o exemplo e modificando a dele.”

Cpers/Sindicato, 8º núcleo: o diretor-geral da entidade, Oséias Souza de Freitas, comenta que, “A decisão da assembleia geral foi bem clara, se dia 31 os salários não estiverem integralmente depositados e os projetos que compõem o ajuste fiscal retirados, paramos tudo.”

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