Grevistas definem manifestos na região

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Grevistas definem manifestos na região

Cpers decide ações para os dias de paralisação. Demais setores restringem serviços

Vale do Taquari

Vale do Taquari – A greve deflagrada ontem pelos servidores do Estado trouxe consequências para a população. Escolas amanheceram fechadas e servidores da Saúde e da Segurança restringiram serviços.

Crédito: Anderson LopesA insatisfação dos grevistas aumentou após anúncio de corte no ponto dos servidores que não comparecerem ao trabalho.

Ontem à tarde, os professores da região participaram de assembleia extraordinária do Cpers. No encontro, foram definidas ações de protesto a serem desenvolvidas até amanhã. De acordo com o coordenador do 8º núcleo do sindicato, Oséias Souza de Freitas, a intenção é chamar a atenção da comunidade para as dificuldades enfrentadas pelos servidores.

Para hoje de manhã, foram programadas duas ações. Um grupo de professores percorre as escolas da região para buscar a adesão dos colegas que ainda não integraram o movimento. Segundo Freitas, a classe precisa estar unida para resistir aos ataques dos governos federal e estadual. “Ambos penalizam os trabalhadores com medidas de austeridade e aumento de impostos.”

Às 9h30min, os professores fazem manifesto em frente à Delegacia de Polícia de Lajeado para prestar solidariedade aos colegas da PC, que, segundo o Freitas, estariam recebendo ameaças por parte do Estado.

Amanhã de manhã, os servidores do magistério fazem caminhada em Estrela. Os manifestantes se reúnem em frente à rodoviária e seguem até a sede da 3ª CRE. À tarde, a categoria se reúne em Cruzeiro do Sul para um bandeiraço, no campo do Cruzeiro.

Segurança pública

Depois das escolas, os serviços de Segurança Pública são os que mais sofrem restrições com a greve. Nas delegacias, são realizados apenas atendimentos de urgência e emergência. Os plantões de DPPA atenderão somente flagrantes, homicídios, estupros e ocorrências envolvendo crianças, adolescentes e a Lei Maria da Penha.

Mandados de busca e apreensão, prisões, operações policiais, entrega de intimações, remessa de inquéritos ao Judiciário e demais procedimentos estão suspensos. No sábado, o atendimento volta ao normal.

De acordo com a representante do sindicato da categoria (Ugeirm), Magda Lopes, os servidores manterão os 30% de atendimento previsto em lei. “Ninguém faltará ao serviço.”

Os serviços prestados pela Susepe nos presídios também ficam prejudicados. Serão mantidas apenas atividades essenciais como alimentação e atendimento médico-hospitalar de urgência. A visitação está mantida, mas cada preso poderá receber apenas um visitante. Atividades administrativas, audiências e transferências estão suspensas.

Na Brigada Militar, o serviço segue inalterado. Todos os policiais e viaturas disponíveis continuam fazendo o policiamento ostensivo.

Corte no ponto

Na terça-feira à noite, o governador José Ivo Sartori anunciou o corte no ponto dos servidores que aderirem à paralisação. Segundo ele, a medida foi decidida uma vez que os salários foram integralizados. “Não há motivo para paralisação.”

Para o coordenador do Cpers, o sentimento de indignação do magistério aumentou com a decisão. “Que moral o governo tem para cortar o ponto dos colegas em greve se ele atrasa salários, descumprindo uma obrigação constitucional?”

Para a Ugeirm, o corte do ponto é ilegal e fere o direito à greve. Conforme Luís Alberto Bergamaschi, assessor do jurídico do sindicato, a medida é ilegal e tenta constranger os servidores. “Só poderia ocorrer se a paralisação fosse declarada como ilegal pelo Judiciário.”

Representante dos trabalhadores da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, Gianine Sandri acredita que tanto a paralisação dos servidores quanto a tentativa do governo de estipular corte no ponto são legítimas.

Segundo ela, todos os prazos legais para a instituição da paralisação foram cumpridos, inclusive o envio de uma pauta de reivindicações ao Piratini. “É papel da administração tentar se defender.”

Conforme Gianine, os servidores estão dispostos a arcar com todas as consequências da mobilização, mas a questão será debatida nas novas rodadas de negociação com o governador. “Tentaremos reverter.”

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