Servidores determinam greve por três dias

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Servidores determinam greve por três dias

Assembleia unificada ontem confirmou fechamento de escolas e redução de serviços

Estado
oktober-2024

Estado – Os servidores reunidos na assembleia unificada ontem, em Porto Alegre, ameaçam entrar em greve caso o governo atrase ou parcele novamente os salários. Como advertência, decidiram suspender as atividades até sexta-feira.

Crédito: Marcos EiflerMais de 50 mil pessoas participaram da reunião, realizada no Largo Glênio Peres. Professores, policiais civis, técnicos científicos e fiscais agropecuários já haviam definido pela paralisação ainda de manhã.

A assembleia do Cpers reuniu o maior número de pessoas. Por volta das 9h30min, mais de 20 mil professores se aglomeravam no Gigantinho e no pátio do Beira-Rio, onde foi colocado um telão. Do vale do Taquari, partiram nove ônibus, com cerca de 300 servidores.

Conforme o 8º núcleo do Cpers, as escolas da região devem permanecer fechadas e as atividades serão retomadas na segunda-feira, 24. Na semana passada, o magistério da região votou contra o indicativo de greve, mas decidiu acatar a decisão da assembleia geral.

O núcleo promove hoje uma nova reunião com os professores e funcionários da rede estadual para decidir os próximos passos da mobilização no Vale. O encontro ocorre às 15h no Colégio Presidente Castelo Branco, em Lajeado.
A 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) assegura que o magistério tem autonomia para definir a abertura das escolas nos próximos dias. Na segunda-feira, o órgão deve fazer uma apuração para medir a adesão à paralisação e definir a recuperação do calendário escolar.

Serviços ameaçados

Reunidos ao meio-dia, representantes da Polícia Civil aprovaram a restrição dos atendimento entre hoje e sexta-feira. Com isso, os plantões de DPPA atenderão apenas flagrantes e casos considerados graves, como homicídios, estupros e ocorrências envolvendo crianças, adolescentes e a Lei Maria da Penha.

O sindicato da categoria (Ugeirm) orienta os servidores a não cumprirem mandados de busca e apreensão, prisões, operações policiais, entrega de intimações, remessa de inquéritos ao Judiciário e demais procedimentos entre as 8h e às 18h.

Sindicatos que representam bombeiros e policiais militares também aderiram ao movimento. Conforme o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, o policiamento ostensivo deve diminuir e os brigadianos não irão trabalhar em viaturas com irregularidades ou com a licença vencida.

Fiscais agropecuários anunciaram que pretendem paralisar as atividades durante a 38ª Expointer, que ocorre entre 29 de agosto e 6 de setembro. O evento é o maior do agronegócio no Brasil. No ano passado, mais de 380 mil pessoas visitaram a feira.

Caminhada e tumulto

Após a assembleia unificada, os servidores partiram em marcha em direção ao Palácio Piratini e à Assembleia Legislativa (AL). Conforme a Brigada Militar, cerca de 30 mil participaram da caminhada.

Ao passar pela AL, um grupo de cerca de 400 manifestantes forçou o cordão de isolamento formado por soldados da BM e invadiu o prédio. Na sede do Legislativo, os servidores invadiram o plenário e as galerias, mas não houve confronto com a segurança.

Um ofício foi entregue no gabinete do presidente da AL, o deputado Edson Brum (PMDB), que está em Brasília. O documento pede que todos os projetos de lei contrários aos direitos dos servidores sejam rejeitados pela Casa.

O movimento reivindica a retirada do PLC 206, que congela reajustes de diversas categorias pelos próximos quatro anos e está em tramitação no Legislativo.

Também exige que os deputados recusem propostas de aumento no ICMS e outras medidas anunciadas pelo Executivo para aumentar a arrecadação.

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