BM descarta posto no bairro Conventos

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BM descarta posto no bairro Conventos

Reivindicação da comunidade foi negada pelo CRPO pela falta de efetivo no estado

Lajeado
oktober-2024

Lajeado – A insegurança em um dos bairros mais populosas da cidade preocupa moradores e comerciantes. Recorrência de assaltos em Conventos e a distância com a área central motivam pedidos por um posto policial dentro do bairro. Mas o Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) do Vale do Taquari e a Secretaria Municipal de Segurança descartam a possibilidade.

Crédito: Rodrigo MartiniOs problemas já foram expostos também na câmara de vereadores. Círio Schneider (PP) encaminhou requerimento ao CRPO pedindo estudo de viabilidade para instalar um posto policial nas proximidades. Segundo ele, o expressivo número de moradores e novos comércios justificam a necessidade.

A resposta do Comando Regional chegou nessa terça-feira. Conforme o ofício encaminhado ao Legislativo, assinado pelo coronel e comandante do CRPO, Humberto Teixeira, o 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM) apresenta “defasagem de efetivo que impede adoção de medidas como a solicitada.”

Segundo Teixeira, a Brigada Militar (BM) realizou concurso público recente no estado, visando a inclusão de cerca de dois mil novos soldados à corporação. Cita que o curso de formação dos policiais não tem data para iniciar, e só após os nove meses previstos para o treinamento o CRPO terá a informação sobre o envio de efetivo à região.

Secretário municipal de Segurança, Gerson Teixeira também considera difícil a implantação de um posto policial no bairro. “Não há condições neste momento pela evidente falta de efetivo em todo o estado. Não se trata de um problema pontual de Lajeado”, comenta. Hoje, não há dados concretos sobre o número recente de ocorrências naquele bairro.

Discussão no Conselho

A situação do bairro Conventos – e de outros bairros distantes da área central – será tema de debate na próxima reunião do Conselho Municipal de Segurança Pública, agendada para o dia 19. “Estamos tentando passar a ideia das câmeras de vigilância para comerciantes da região. Assim como fizemos na área central. Mas sem previsão para instalar os equipamentos”, esclarece o secretário.

Para Teixeira, a recente inauguração de um banco Sicredi na rua Pedro Teobaldo Breidenbach (a ERS-421) alerta ainda mais os órgãos de segurança. “O presidente já veio solicitar auxílio para verificarmos uma forma de garantir melhores condições naquela região. Vamos discutir isso no Conselho, pois nos preocupa muito”, salienta.

Policiamento comunitário

Ele lembra a implantação de um núcleo de Polícia Comunitária no bairro Conventos. Hoje, um casal de policiais militares, morador da região, realiza essa vigia extra. “É o que tem neste momento”, salienta o secretário.

Já foi destinada uma viatura para fazer o policiamento comunitário no bairro. No entanto, moradores e comerciantes reclamam da falta de combustível para o veículo. “Falta diálogo entre a comunidade. Pois neste momento de crise poderíamos nos unir e bancar a gasolina, para que prossigam com o monitoramento”, opina o corretor de imóveis, Daniel Becker.

Segurança privada

Comerciantes cansados de recorrentes assaltos precisam se virar para garantir a própria segurança. Proprietária de um pequeno armazém às margens da Teobaldo Breidenbach, Neusa Schlabitz foi assaltada três vezes em meio ano. Os fatos ocorreram em 2012. “Eles paravam a moto, olhavam um pouco, e entravam no bar. Então resolvi colocar esse portão na porta”, conta.

O dispositivo está sempre trancado. Clientes precisam aguardar pela gerente para entrar, e, por vezes, a negociação ocorre fora do estabelecimento. “Depende da pessoa, eu não deixo entrar”, afirma. “Até hoje aparecem duplas de moto, ficam olhando, mas desistem”, reclama ela, que mora faz 40 anos em Conventos.

Morador de Conventos, e cliente do armazém, Adelmo Fuchs testemunhou um dos assaltos. “Entraram e pediram todo o dinheiro. Sabiam onde ficava o caixa. Eu pensei em jogar uma cadeira neles, mas eles mandaram eu soltá-la”, relembra. Vivendo mais de 30 anos na localidade, ele lamenta a perda da tranquilidade. “Ninguém tinha portão no passado.”

Dono de um mercado também instalado na Teobaldo Breidenbach, Gilmar Longo já foi assaltado dez vezes em 15 anos. Já foi agredido com um soco na cabeça. Em uma das ocorrências, um cliente levou um tiro na perna. “Tive que contratar segurança privado. Se for ligar para a BM, pela distância, vai demorar mais de dez minutos.”

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