Vale do Taquari – Motivo de restrições a eventos de grande porte na região, o déficit de vagas na rede hoteleira começa a diminuir. Novos empreendimentos e obras de ampliação e modernização dos hotéis já existentes prometem garantir a estrutura necessária para colocar o Vale no mapa nacional do turismo de eventos.
Anunciado durante a Construmóbil de 2011, o Hotel Aspen Executive será apresentado aos investidores nesta sexta-feira, 14. Com área construída de 7,8 mil metros quadrados, o empreendimento tem 84 apartamentos de 25 metros quadrados cada e infraestrutura completa, com restaurante de alto padrão, estacionamento e centro de convenções.
Com capacidade para 330 pessoas, a área de eventos é integrada ao serviço de hotelaria, mas terá gestão própria e acesso separado para banheiros e espaços para café. O centro pode ser dividido em até três salas, para atividades simultâneas.
O prédio foi construído por meio da venda dos apartamentos aos investidores, como cotas do negócio. Conforme a Imobiliária Marcelo Munhoz, responsável pela comercialização, até esta semana foram vendidos 80 dos 84 quartos.
Conforme o gerente comercial da rede Aspen, Maurício Dutra, na sexta-feira a estrutura será apresentada aos investidores. O objetivo é iniciar as atividades ao público no sábado, dia 22.
Presidente da CIC-VT, Ito Lanius afirma que o empreendimento supre uma demanda regional. Segundo ele, o Vale do Taquari já deixou de promover eventos devido à falta de estrutura da rede hoteleira.
“É uma estrutura que ajuda a movimentar a economia e possibilita um novo patamar para projetos que estamos vislumbrando”, relata. Lanius destaca os diversos investimentos no setor, apesar das dificuldades enfrentadas neste ano devido à crise financeira.
Outros projetos
O setor hoteleiro do Vale atrai investimentos e deve se expandir ainda mais nos próximos anos. Em abril foi anunciada a construção de um hotel às marges da BR-386, em Estrela. Hotéis tradicionais como o Mariani e o Zallon, de Lajeado, e o Baviera, de Teutônia, investem em ampliações e na modernização dos serviços.
Projetado pela Construtora Jachetti, de Lajeado, o novo hotel em Estrela terá cem apartamentos e pretende receber turistas e motoristas que circulam pela rodovia que liga o Vale à capital e Região mMetropolitana.
Além dos quartos, o empreendimento terá um centro de convenções com capacidade para 300 pessoas e divisórias que possibilitam a separação em três salas de cem metros quadrados.
Diretor do Hotel Zallon e ex-presidente da Amturvales, Ronaldo Zarpellon projeta a construção de 18 novos quartos e a reestruturação do espaço já existente, em um investimento de R$ 3,5 milhões.
Segundo ele, o espaço de eventos será ampliado e um sistema de cartão magnéticos será implantado. “Teremos uma academia panorâmica no último andar, estacionamento para 45 carros e vamos renovar todo o mobiliário do hotel.”
Para Zarpellon, os investimentos no setor permitem ampliar as atividades turísticas do Vale. Ressalta iniciativas para ampliar a movimentação nas hospedarias nos fins de semana, como a criação de novas rotas de turismo, uma vez que a movimentação principal ocorre durante a semana.
Crise afeta movimento
De acordo com o diretor do Hotel Zallon, a crise econômica deste ano afetou a atividade hoteleira no Vale. Nos nove primeiros dias de agosto, a taxa de ocupação no local ficou em 53%. Segundo ele, a criação de novos eventos nos fins de semana pode ampliar esse percentual.
Administrador do Hotel Mariani, Waldemar Paulo Mariani confirma queda de 30% a 40% no movimento, mas acredita em retomada a partir do próximo ano. “Trabalho no ramo faz 25 anos e já passamos por crises muito piores nas décadas de 80 e 90.”
Segundo ele, a decisão de ampliar a estrutura do hotel ocorreu devido à falta de vagas em determinados períodos do ano. “Há períodos em que as hospedarias da região trabalham com taxa de ocupação superior a 90% durante a semana.”
Serão construídos 27 novos apartamentos e duas salas de reunião com capacidade para 50 pessoas cada. A obra ampliou em 1,7 mil metros a área construída do prédio. A expectativa é inaugurar o novo espaço até o fim do ano.
Déficit histórico
Em dezembro de 2013, dois eventos simultâneos realizados Lajeado evidenciaram a falta de vagas na rede hoteleira da região. Um torneio esportivo e uma atividade da Univates foram suficientes para ocupar quase todos os quartos disponíveis na cidade, obrigando clientes a procurar hospedagem em municípios vizinhos.
O déficit de quartos dos hotéis foi um dos empecilhos para que Lajeado se tornasse uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014. As negociações foram iniciadas em 2009 e líderes da Amturvales, do Codevat, da Amvat criaram um grupo de trabalho para tratar exclusivamente do assunto.
A Arena Alviazul era cogitada para receber treinamentos de uma das seleções participantes. Na época, foi anunciada a construção de um complexo hoteleiro e residencial com 39 mil metros quadrados de área construída e 109 quartos, no valor de R$ 50 milhões. Porém o projeto ainda não saiu do papel.
Detalhes da obra
84 apartamentos
Centro de convenções para 330 pessoas que pode ser dividido em até três ambientes
7,8 mil m² de área construída