Falta de pagamento trava pavimentação

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Falta de pagamento trava pavimentação

Serviço inacabado em São Rafael causa transtornos aos moradores da comunidade

Vale do Taquari
oktober-2024

Cruzeiro do Sul – A obra de pavimentação da rua Nicolau Zarth, no bairro São Rafael, está paralisada faz quase três semanas. Sem receber pelo serviço, a empresa contratada deixou o local. Representantes da administração municipal se encontram hoje à tarde, em Novo Hamburgo, com integrantes da Caixa Econômica Federal para buscar mais informações sobre os repasses do governo federal.

Crédito: Estevão HeislerSecretário da Administração e Finanças, Leandro Johner, justifica que a paralisação também teve influência do mau tempo, além da falta de pagamento. “Choveu muito nas últimas semanas. Não teve como trabalhar nesse período.” Ele afasta qualquer problema com a empresa. “Por não ter recebido, apenas seguiram para outro serviço. Assim que houver o depósito, eles voltam”, garante.

O contrato prevê a colocação de bloquetos de concreto em um trecho de 490 metros. A pista terá nove metros de largura, mais 2,5 metros de calçada em ambos os lados da via. A obra foi possível a partir de duas emendas parlamentares, de R$ 295 mil do deputado federal Ronaldo Zulke (PT) e R$ 245 mil do deputado federal Renato Molling (PP), além de uma contrapartida municipal de R$ 95 mil.

A pavimentação deve ser feita em duas etapas, sendo que foi iniciada apenas na primeira metade do trecho. Uma das dúvidas que o município pretende esclarecer com a Caixa é sobre o segundo trajeto. O prazo para que o valor da emenda do deputado Zulke seja depositado encerra na próxima segunda-feira e, até então, o Executivo não recebeu nenhuma confirmação.

Caso o depósito não ocorra dentro da data estipulada, a cidade deixará de receber a quantia. Assim, a segunda etapa poderá ser cancelada. Quanto ao primeiro trecho, tranquiliza o secretário Johner, o dinheiro está garantido e a pavimentação não corre riscos.

O secretário do Planejamento, Mauro Weiler, integra o grupo que viaja a Novo Hamburgo. No entanto, se manifestará apenas após a conversa com os dirigentes da Caixa.

Trajeto interditado

A obra está pela metade e deveria ter sido concluída no dia 27 de julho. A empresa retirou parte dos barrancos e iniciou a construção do sistema de canalização do trecho. No entanto, as recorrentes chuvas das últimas semanas restringiram o avanço dos trabalhos.

De acordo com moradores, os empreiteiros estiveram a última vez no local há cerca de três semanas, quando retiraram do canteiro de obras os materiais. Desde então, o trajeto permanece quase intransitável. Alguns motoristas se arriscam a passar pelo trecho para evitar o desvio pela RSC-453.

Na terça-feira, um carro precisou ser retirado da valeta pelos moradores das redondezas. Uma mulher conduzia o veículo e perdeu o controle em virtude da lama e saiu da pista. Apesar do incidente, não houve danos.

Acesso precário

Uma das famílias mais prejudicadas pela paralisação é a de Ilse Volkmer, 57. Para chegar em casa, ela, o marido e os dois filhos precisam cruzar pelo canteiro de obras. Em virtude do barro dos últimos dias, o carro está sendo deixado em uma propriedade vizinha. “Colocamos botas para sair de casa.”

No entanto, não há lugar seguro na rua para deixar a motocicleta de um dos filhos e ela precisa ser guardada na garagem da moradia. “Hoje cedo (ontem), ele se sujou todo quando saiu para trabalhar.”

A situação motiva queixas de demais moradores da comunidade. Um homem – que prefere não se identificar – pede agilidade na retomada das obras. “Está gerando muitos transtornos para as famílias daqui, sem falar que precisamos desviar pela rodovia, onde o risco de acidentes é maior.”

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