Arte na Praça leva público para a Matriz

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Arte na Praça leva público para a Matriz

Evento abre ação comunitária para o debate Cidades Criativas, na Construmóbil

Lajeado

Lajeado – As atividades iniciaram no domingo de manhã com um abraço simbólico em torno do antigo prédio dos Correios. A ação serviu para conscientizar o Estado a devolver a casa ao município a fim de restaurá-la.

Crédito: Anderson LopesDepois, cerca de 2,5 mil pessoas prestigiaram o Arte na Praça da Matriz. Para os 66 expositores, o brique de produtos alternativos atraiu grupos que chegavam para ver nas bancas improvisadas a criatividade coletiva.

Além de diversas formas de artesanato, brechós, livros e roupas customizadas, antigas e conservadas, colecionadores de moedas, uma série de objetos decorativos e produtos artesanais completavam o cenário. Haitianos e senegaleses também levaram seus produtos, junto ao varal de poesias. Uma dezena de hippies de cidades como Caxias do Sul, Santa Maria e Porto Alegre exibia seus produtos. Outros artistas de rua ensinavam malabarismo às crianças.

Muitos artesãos, como Volnei Bonassi, mostraram as artes rústicas que dão a um simples utilitário uma opção decorativa. Bonassi se deslocou de Estrela para mostrar o trabalho. “Queria mesmo é fazer isso como profissão”. Para fabricar uma casinha em madeira, semelhante a um galpão campeiro, ele demora uma semana.

A fotógrafa Carolina Leipnitz expôs seus melhores clics e aproveitou para vender livros que marcaram sua vida. Uma espécie de sebo individual. No coreto central, músicos como Marcelo Guimarães, que com estilo instrumental, tocaram clássicos do rock. Augusto Darde tocou músicas francesas e a Banda Coisa Feita deu o tom instrumental de rock pegado.

A exposição de produtos dificilmente encontrados no comércio tradicional foi um espaço à maneira inusitada de empreender. O Arte na Praça abriu as ações do debate Cidades Criativas, pois abrange a economia criativa e a ocupação do espaço público, temas da Construmóbil deste ano.

A proposta endossa a cidadania, buscando a resolução de problemas coletivos. A segunda edição ocorre no próximo dia 30, quando está prevista uma pedalada pelos bairros. É a maneira de observar as carências da mobilidade urbana.

Sustentabilidade

A assistente de Inteligência de Mercado Fernanda Tavares expôs roupas e objetos antigos, que pertenceram à avó. “O Arte na Praça é sustentável e é preciso ocupar estes espaços públicos.”

A artista plástica Denise Bandeira Mainardi veio com a família de Sobradinho para Lajeado trazendo as artes plásticas e o artesanato. A fabricação de velas decorativas impulsionou a economia familiar que tem uma loja no centro.

Para Denise, é a chance de mostrar o trabalho em um momento descontraído, diferente do estresse urbano: se mostra a arte quando as pessoas estão em outro ritmo, mais receptivas. “Não é só vender, é conversar, apreciar o trabalho dos outros.”

Colorir e customizar

Uma das primeiras profissionais formadas em Moda pela Univates, Claudia Lima desenvolveu uma técnica de roupas alternativas. Desde criança, optou por cores fortes, intensas. Nos cabides, verdadeiras obras de arte. “Isto serve para influenciar as pessoas a serem autênticas.”

Há três anos, Tamara Calvi passou a customizar roupas para amigos e agora tem um negócio próprio.

Pela primeira vez no Arte na Praça, a formanda em Design de Moda disse que o evento tem boa proposta. “Na moda o que incomoda é o consumismo”. Customizar permite peças únicas.

Para o presidente do Comitê de Revitalização do Centro Histórico, Ítalo Reali, além de ser um momento de integração, serviu para alertar as autoridades sobre o estado de conservação da Praça da Matriz.

Circula um abaixo-assinado que será encaminhado ao Executivo solicitando providências imediatas.

O objetivo é buscar melhorias também ao Centro Histórico da cidade. “A ocupação demonstra que as pessoas gostam dos ambientes públicos, mas não se sentem à vontade para frequentá-los.”

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