Município planeja criação de cooperativa

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Município planeja criação de cooperativa

Levantamento aponta que 30 famílias dependem da coleta de materiais recicláveis

Estrela – O catador Giovane da Silva, 34, armazena no pátio de casa, no bairro Imigrantes, os materiais encontrados em lixeiras, obras e indústrias. Às vezes, percorre cinco quilômetros com o carrinho lotado. “Um pavilhão central para todos caía bem (sic)”, disse, enquanto enfrentava um aclive na rua Coronel Brito. “Se tiver associação, vou participar, porque sozinho está difícil.”

Crédito: Leonardo HeislerAs latas, papéis e garrafas pet são revendidas a um intermediador. Com o dinheiro, Silva só consegue o básico. Pela estimativa do município, cerca de 30 famílias dependem da atividade.

Para organizar a categoria e facilitar o trabalho, o Executivo projeta implantar a associação dos catadores de lixo, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação (Sedesth).

A ideia é buscar parcerias para desenvolver o projeto a partir de 2016, com a construção de um pavilhão e a compra de maquinários. Uma das propostas é buscar aproximação com as indústrias que precisam de materiais reciclados. De acordo com o secretário José Itamar Alves, um estudo de viabilidade para instalar a entidade será concluído até o fim do ano.

Para reunir informações, o município busca informações em Porto Alegre, onde há 18 cooperativas de catadores. “A partir daí, podemos organizar os catadores locais e implantar um projeto de acordo com as características da cidade.”

O investimento deve atrair novas famílias para a atividade, que buscam melhores condições financeiras sua reinserção social. De acordo com o secretário, será realizado um trabalho de relacionamento com os profissionais, para que a categoria eleja diretoria.

Segundo Alves, a sede da associação deve ser construída fora da área central. Uma das possibilidades é no bairro boa União. A nova estrutura deve beneficiar famílias que vão morar no loteamento com 379 casas populares, próximo da Rota do Sol, na entrada de Novo Paraíso. “Sabemos que muitos catadores vão morar lá, e que não terão como armazenar os materiais em casa e nem como levar os carrinhos, como acontece hoje.”

Visita a Porto Alegre

Nessa terça-feira, 28, Alves e o coordenador do trabalho da Sedesth, Fabiano Machado, visitaram a Cooperativa Mãos Unidas, da Comunidade Santa Teresinha, em Porto Alegre.

A entidade é formada por 26 pessoas, que cumprem uma jornada de oito horas diárias de trabalho e recebem os materiais para fazer a separação e posterior venda.

A comitiva também visitou a Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol), entidade que apoiará a elaboração do projeto de implantação da cooperativa em Estrela.

Trabalho dos catadores

A Política Nacional de Resíduos Sólidos responsabiliza os governos municipais pela elaboração de um plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos que contemple um sistema de coleta seletiva municipal com a inclusão de catadores de materiais recicláveis.

Catadores são responsáveis por mais de 60% do papel e papelão reciclado no país e 20% dos resíduos sólidos urbanos. A atividade diminui os gastos das administrações municipais com o recolhimento do lixo e a quantidade que chega aos aterros ou lixões.

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