Samu alerta para chamadas inúteis

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Samu alerta para chamadas inúteis

Apenas 20% das ligações para o 192 são encaminhadas para os socorristas

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Vale do Taquari – Os trotes para o telefone de emergência do Samu atrapalham o serviço no estado. Por dia, mais de três mil ligações desnecessárias são recebidas na central de regulação. Dessas, menos de 800 resultam em atendimento.

Crédito: Anderson LopesA coordenadora do Samu Vale do Taquari, Noemi Krüger, alerta para os transtornos causados pelas chamadas indevidas ao 192. Além dos trotes, também ocorrem casos em que as ambulâncias do serviço são enviadas em acidentes que não resultam em feridos.

Uma dessas situações ocorreu ontem de manhã, na BR-386, em Marques de Souza, em uma colisão envolvendo um Astra e um caminhão que ocasionou apenas danos materiais. Mesmo assim, pessoas que passavam pelo local acionaram o Samu e relataram uma gravidade que não se confirmou no local.

“A população precisa verificar se realmente é um caso de urgência. Muitas vezes, a ligação é feita por alguém que não está no local da ocorrência e não tem dimensão da gravidade”, alega. Conforme Noemi, alguns sinais como ausência de consciência, respiração ou pulsação, deformidades no corpo resultantes de traumas e cortes profundos indicam a necessidade do atendimento de emergência.

Ligações prejudiciais

De acordo com o coordenador estadual do Samu, Leonardo Augusto B. Alves, todas as chamadas para o serviço são recebidas na central de regulação, com sede em Porto Alegre. No primeiro , é realizada uma triagem em que mais de 80% das ligações são barradas.

“São trotes, enganos e pessoas que ligam apenas para pedir informação e acabam tomando um tempo precioso das nossas atendentes”, assinala. Caso se configure como uma situação de emergência, a ligação é encaminhada para um médico que aciona as unidades locais.

“Tanto o atendente quando o médico fazem uma série de questionamentos para evitar deslocamentos desnecessários”, ressalta. Conforme o coordenador, é fundamental que a pessoa que realiza a chamada se mantenha calma e responda corretamente as perguntas.

“Quanto mais precisas forem as informações, mais rápido será o atendimento”, reforça. Alves relata que diferentes ambulâncias podem ser acionadas a depender do tipo de lesão. Em casos mais graves, são enviadas unidades avançadas acompanhadas de um médico.

O coordenador afirma que a maioria dos municípios tem apenas uma ambulância. Por isso, quando as informações não se confirmam, acabam atrasando atendimentos de maior urgência. Segundo Alves, além dos custos para o deslocamento, situações assim acabam desgastando psicologicamente as equipes de atendimento.

Trotes e pedidos de informação

Se as chamadas para casos não urgentes atrapalham o serviço, os trotes são ainda mais danosos, alerta o coordenador da Samu. No ano passado, a média de ligações do tipo foi de 1.048 por dia. “Na maioria das vezes, são trotes rápidos e banais, praticados por crianças e pessoas desocupadas.” Porém algumas “pegadinhas” mais elaboradas acabam sendo ainda mais prejudiciais. Alves relata ação de pessoas que ludibriam as atendentes e os médicos, motivando o deslocamento desnecessário das equipes. “Podem provocar falta ou atraso em atendimentos com consequências graves.”

Outra situação que atrapalha diz respeito às ligações para pedir informações que não fazem parte das atribuições da Samu. A média desse tipo de chamada supera 1,3 mil por dia, a maioria solicitando número de telefone de outros serviços.

Chamadas de cidades que não fazem parte da abrangência do Samu também congestionam os telefones do serviço. Segundo Alves, a central do Samu tem 30 linhas atendidas por seis a 12 servidores por turno.

Muitas vezes deixamos de atender uma ocorrência grave porque a linha está sendo ocupada.” O Samu atende 268 municípios. Desses, 160 têm base própria. Ao todo, são mais de dez milhões de pessoas abrangidas pelo serviço no estado.

Orientações

Quando o Samu deve ser chamado

– Acidentes com vítimas

– Choque elétrico

– Falta de ar intensa

– Suspeita de infarto ou AVC

– Afogamentos e engasgo

– Intoxicação ou queimaduras graves

– Trabalhos de parto em que haja risco de morte para a mãe e para o feto

– Tentativas de suicídio

– Urgências psiquiátricas

– Vítima inconsciente

– Envenenamento

– Casos de maus-tratos

– Crises hipertensivas e dores súbitas no peito

– Acidentes com produtos perigosos

– Agressão por arma de fogo ou arma branca

– Soterramento ou desabamento

– Crises convulsivas

– Na transferência inter-hospitalar de doentes graves

– Outras situações com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso

Chamdas desnecessárias

– Febre prolongada

– Dores crônicas

– Vômito e diarreia

– Levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames

– Transporte de óbito

– Dor de dente

– Transferência sem regulação médica prévia

– Trocas de sonda

– Corte com pouco sangramento

– Entorses

– Cólicas renais

Transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio

Chamadas

Média diária: 3.995 ligações

1.301 pedidos de informação

1.048 trotes

771 emergências

525 ligações interrompidas

300 enganos

50 chamadas repetidas

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