Agente de Trânsito é agredido por motociclista

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Agente de Trânsito é agredido por motociclista

Homem fazia manobras perigosas em avenida no centro na manhã de ontem

Lajeado – Um agente de Trânsito do município precisou de atendimento médico após ser agredido com chutes no rosto por um motociclista ontem à tarde, na avenida Senador Alberto Pasqualini. O caso foi registrado na Polícia Civil (PC) e o condutor poderá responder na Justiça pelos crimes de desobediência, desacato e lesão corporal.

De acordo com o Departamento de Trânsito, o motociclista de 21 anos, morador de Estrela, seguia pela avenida quando empinou o veículo. O agente municipal o abordou e iniciou a verificação da documentação no sistema. Ao constatar que o licenciamento estava vencido, o servidor teria sido empurrado e, ao chão, recebido pontapés.

A Brigada Militar (BM) foi acionada e ambos seguiram para a delegacia. O veículo foi removido ao depósito. “O fiscal estava lá para orientá-lo. Este rapaz estava irregular e ainda foi agredir. Isso beira o selvagerismo”, aponta o coordenador do departamento, Euclides Rodrigues.

Coordenador da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento de Lajeado, delegado Augusto Cavalheiro Neto, recebe o registro apenas hoje à tarde. No entanto, antecipa que o motorista será enquadrado por desacatar e desobedecer servidor público no exercício das funções. No caso da lesão corporal, o processo depende de representação da vítima.

Outro fato que gerou inquietação, tanto na prefeitura como na polícia, foi a repercussão nas redes sociais, em especial em um grupo de Whatsapp. O caso também deve ser investigado e, dependendo das proporções, poderá ser enquadrado na lei dos crimes cibernéticos. Segundo o delegado Neto, podem ocorrer ainda punições na esfera civil.

Situação recorrente

A agressão ao servidor não é um fato isolado. Reportagem de duas páginas publicada pelo A Hora em maio do ano passado apontou uma série de casos, inclusive sobre monitores do estacionamento rotativo da cidade.

Na época, uma funcionária da empresa responsável pela cobrança foi agredida com um soco no braço esquerdo por uma motorista enquanto informava sobre o funcionamento do sistema. Foi o quarto caso de violência registrado pela Stacione em apenas dois meses.

Naquela mesma semana, um fiscal de Trânsito ajudava a organizar o fluxo de veículos da av. Avelino Tallini, na Univates, quando foi empurrado e teve papel e caneta arrancados das mãos por um condutor. O servidor pedia a ele para retirar o carro da faixa amarela. O agressor foi processado pelo município. Xingamentos, empurrões e ameaças são recorrentes, dizem os fiscais.

Pelo menos outros dois casos recentes de maior gravidade foram registrados na área urbana. No dia 14 de junho passado, um domingo, dois agentes de Trânsito foram surpreendidos com o arremesso de um tijolo contra uma viatura do departamento. O fato ocorreu na rua Carlos Fett Filho, por volta das 10h.

O agressor é um motorista de van escolar, que havia sido multado durante abordagem realizada uma semana antes. A BM foi chamada e houve o registro da ocorrência na Delegacia de Polícia Civil. O agressor foi identificado e preso em flagrante por desacato e danos ao patrimônio público. Ele pagou fiança e foi liberado. Mesmo assim, responderá processo.

Outro caso ocorreu em julho de 2013, quando um fiscal foi agredido por um jovem de 22 anos que havia sido multado pelo agente cerca de 20 dias antes. O agressor utilizava o veículo multado há pouco mais de um mês e já tinha sete multas, somando, na época, 33 pontos na sua carteira de habilitação. O rapaz foi até o departamento pedir desculpas, mas o inquérito foi aberto.

A sociedade está doente”

O diretor de Trânsito demonstra frustração com mais este caso envolvendo servidores públicos. “Professores são agredidos na sala de aula, agentes de Trânsito, nas ruas. Essas pessoas só não agridem policiais militares, pois sabem que assim serão presas”, observa. Para ele, é preciso cuidado com a espetacularização do caso. “A sociedade está doente. Não podemos aceitar essas agressões.”

Rodrigues observa que os agentes não recebem treinamento específico para casos como este. “São surpresas. Não podemos achar que isso está certo ou normal.” Segundo ele, geralmente as pessoas são abordadas por cometerem atos ilícitos. E, com a certeza da multa, deixam a frustração por outros motivos se transformar em raiva contra os agentes, opina o diretor.

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