BB oferece novo financiamento pelo FGTS

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BB oferece novo financiamento pelo FGTS

Linha de crédito movimenta mercado imobiliário após restrições impostas pela Caixa

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Vale do Taquari – O Banco do Brasil ampliou a oferta de crédito com o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A mudança nas regras da linha pró-cotista permite financiar 90% dos imóveis de até R$ 400 mil pelo prazo de 30 anos (360 meses) a juros de 9% ao ano.

Estevão HeislerCom a medida, o governo pretende reduzir os prejuízos do setor com as restrições ao crédito impostas pela Caixa Econômica Federal (CEF). Em abril, a instituição diminuiu de 80% para 50% o percentual máximo de financiamento para imóveis de até R$ 750 mil.

O BB espera injetar cerca de R$ 1 bilhão no mercado e identificou 2,2 milhões de clientes com acesso ao pró-cotista. O interessado deve ter carteira de trabalho assinada com no mínimo de 36 contribuições para a Previdência, consecutivas ou não. Para clientes que não estão com a conta do FGTS ativa, é exigido que o saldo total do fundo seja igual ou superior a 10% do valor do imóvel.

Empresário do setor, Imério Corbellini acredita que a medida pode retomar parte do crescimento do setor. “Neste ano a CEF criou uma série de dificuldades para os compradores, mas as novas ofertas de crédito do BB e de bancos particulares devem normalizar o mercado.”

Corbellini avalia que as vendas do setor continuam estáveis, apesar das notícias desfavoráveis na economia. “O mercado comprador é o mesmo, o que ocorre é nos últimos anos se construiu muito mais do que a demanda.”

Para o empresário, a oferta recente de crédito imobiliário e o aumento nos preços dos imóveis fizeram muitos investidores de outros setores migrarem para a construção civil. Passaram a concorrer com as grandes construtoras sem conhecer o mercado.

O empresário acredita que a nova realidade econômica do país mudou a mentalidade dos compradores, que agora procuram pesquisar por melhores ofertas e produtos de mais qualidade. Segundo ele, isso dificulta a situação dos “construtores aventureiros”, que tendem a desaparecer.

Aumentos acima da inflação

O economista da Fundação de Economia e Estatística do Estado (FEE), Augusto Pinho de Bem, afirma que o setor imobiliário está em baixa em relação a anos anteriores. Segundo ele, entre 2008 e 2013, o preço dos imóveis subiu cerca de 70% acima da inflação, o que não deve se repetir.
Mesmo assim, considera que a situação não configura uma bolha econômica, como a que provocou a crise nos Estados Unidos em 2007. Para de Bem, em algumas capitais, o aumento de preços foi acima do que o mercado podia suportar, mas o cenário não se repetiu nas demais cidades.

“Os imóveis com valores exorbitantes deverão cair de preço. O restante deve se manter estável”, relata.

Imério Corbellini considera que o avanço dos preços na região foi menor em relação à média nacional, ficando cerca de 30% acima da inflação no período. Considera que a elevação não reduziu a procura por imóveis e que a maior oferta manterá os valores estáveis pelos próximos anos.

Por outro lado, ressalta que a nova realidade econômica garante mais qualidade aos produtos. Corbellini avalia que a explosão da construção civil provocou falta de mão de obra, reduzindo os critérios para contratação.

O empresário afirma que o investimento em imóveis é um dos mais seguros, uma vez que os valores são reajustados anualmente seguindo indicador próprio (CUB). “Não se perde dinheiro.”

Cita como exemplo os condomínios de alto padrão construídos na cidade. Segundo Corbellini, todas as unidades costumam ser vendidas antes mesmo da conclusão dos empreendimentos.

Minha Casa Minha Vida

Se as vendas de moradias de valor médio para alto não sofrerão redução, o mesmo não ocorre com o Minha Casa Minha Vida, para imóveis de até R$ 115 mil. De acordo com o empresário, o baixo valor do financiamento acaba estrangulando o setor.

Como a maioria dos imóveis supera o total financiado, os compradores precisam desembolsar, à vista, a diferença, o que nem sempre é possível.

Ele diz que o cenário foi motivado pelo excesso de crédito disponível nos últimos anos.

Para o economista da FEE, o momento não favorece investimentos em imóveis. Segundo de Bem, pessoas com grandes somas disponíveis preferem alocar recursos em títulos como o do CDB, que tem taxas de retorno mais atrativas em relação ao somatório da compra e venda imobiliária.

Regras da nova linha

Não há limite de renda familiar

Até 30% no comprometimento da renda mensal bruta

Limite de valor do imóvel de até R$ 400 mil

Limite de financiamento de até 90% do valor de venda e avaliação

Prazo do financiamento de até 360 meses

Pessoas com a conta do FGTS ativo com no mínimo 36 contribuições efetuadas têm acesso ao crédito

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