Chuvarada retoma alerta de enchente

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Chuvarada retoma alerta de enchente

Previsão estipula redução a partir de amanhã. Nível do Rio Taquari pode subir

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Vale do Taquari – Este mês sofre influência do fenômeno El Niño e acumula 415 milímetros (mm) de chuva na região, mais que o dobro da média histórica do mês. No primeiro semestre do ano, choveu um total de 1.246 mm.

Crédito: Anderson LopesAté sexta-feira, o ritmo diminui: deve chover cerca de 50 mm, prevê o Centro de Informações Hidrometeorológicas (CIH) da Univates. No entanto, com a possibilidade de mais chuvas nas cabeceiras do Rio Taquari, a Defesa Civil monitora o nível da água. Até as 21h de ontem, a régua em Estrela marcava 15 metros, quatro abaixo do necessário para interromper as primeiras vias. Nesse período, em Encantado, o nível subia 20 centímetros por hora.

Ontem, a precipitação de cerca de 100 mm na região causou novos transtornos na cidade e no interior. A tempestade durante a madrugada causou alagamentos em Bom Retiro do Sul, nos bairros Imigrante, Alto da Bronze, São Jorge e no centro. De acordo com o secretário de Obras, Diogo Antoniolli, também houve alagamentos em propriedades rurais do interior.

Em Forquetinha, dois pontilhões estão submersos, um na Vila Stork e o outro próximo ao britadouro, recém-construído. Em Encantado, a recorrência dos períodos chuvosos ameaça novos deslizamentos, afirma o coordenador da Defesa Civil do município, Getúlio Leonel dos Santos Nunes. Há áreas instáveis às margens na ERS-332 e ERS-129, e nos bairros São José, Santa Clara, Jardim da Fonte, Planalto e Porto XV. Na semana passada, um deslizamento danificou o clube do bairro Porto XV.

Falta de estrutura

As fortes chuvas expõem a falta de estrutura na rede de escoamento. Em Lajeado, a água invade pátios. Os transtornos se repetem na casa de Vera Lúcia Flech Duarte Soares, 37, na rua Travessa Rocha, nos últimos dois anos. “É só chover mais forte para acontecer”. Bueiros estão entupidos na via. Ela reclama da falta de ação da administração municipal.

Na propriedade de Olavo Scherer, em Santa Clara do Sul, o volume de 70 mm de chuva em sete horas invadiu o pátio e parte da oficina mecânica. “Estes bueiros deveriam ter maior vazão. A cada chuva o problema se repete.” Scherer chegou a pedir a substituição em 2010 quando a enxurrada alagou a casa, mas o pedido ainda não foi atendido.

Prejuízos ultrapassam R$ 100 mil

A Secretaria de Obras Públicas de Estrela estima prejuízo de R$ 104 mil no interior, em decorrências das chuvas dos últimos dias e da cheia registrada na semana passada, quando o Rio Taquari atingiu a cota de 21,35 metros, oito acima do normal. Conforme o secretário Jorge Both, serão necessárias obras para a recuperação das estradas, de pontes, canalização e bueiros.

A ponte do Geraldense, em Linha Geraldo, terá que ser reconstruída. Na de Linha São José, serão recuperadas as cabeceiras. Os prejuízos atingem todas as localidades do interior. Na estrada geral de Novo Paraíso, houve o rompimento da canalização pluvial e danos no bueiro e na via, que está em meia pista. O local está sinalizado e as obras deverão iniciar no momento em que o tempo ficar estável, para permitir o trabalho das máquinas.

Chuvas acima da média

O El Niño causa maior volume de chuvas, dias mais amenos e com menos presença do sol. De acordo com o CIH, o fenômeno ocorre pela frequência de passagens de frentes frias sobre a Região Sul, as quais ficam bloqueadas por uma massa de ar quente em outras regiões.

Previsão

O dia começa com nuvens e condições para chuva devido à atuação da frente fria, mas ela se afasta e permite o ingresso de um ar mais seco e frio. As temperaturas ficam amenas durante o dia, em torno de 16ºC, mas se aproximam dos 9ºC à noite. Pode chover de 30 a 40 mm na região, estima o CIH. Amanhã, o ar seco e frio define as condições do tempo. O sol volta a predominar. As temperaturas variam de 7°C a 17°C.
O sol aparece com nebulosidade variável na quinta-feira, com mínima de 8°C e máxima de 20°C. Na sexta-feira, voltam a ocorrer pancadas de chuva na região, sob a influência de uma área de baixa pressão. No entanto, os volumes não devem ser significativos.

Acúmulo de chuvas

De janeiro a junho: 1,2 mil mm

Julho: 415 mm

Média do mês: 170 mm

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