Violência no centro abala moradores

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Violência no centro abala moradores

Mulher encontrada morta na praça central é a segunda vítima em menos de 3 anos

oktober-2024

Imigrante – Ana Paula Soalheiro da Silva, 35, foi morta com quatro pancadas na cabeça, entre a meia- noite e às 2h dessa sexta-feira, no centro. O corpo foi encontrado por volta das 7h, na praça do Complexo Arnoldo Rex, a 50 metros da casa onde outra mulher foi assassinada, em 2012.

Leonardo HeislerAna deixou três malas com pertences. Peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP), de Caxias do Sul, chegaram ao local às 11h15min. Suspeitam que o criminoso teria se utilizado de pedra ou de um pedaço de madeira para golpear a vítima, ou projetado o rosto contra o chão ou o banco da praça. A chuva durante a madrugada atrapalhou a análise.

Ana era natural de Brasília. Há alguns meses, trabalhava em uma casa de prostituição do município. De acordo com testemunhas, ela teria ido morar com um dos clientes, no centro, após suposto desentendimento com colegas.

Há informações de que a vítima foi vista com dois homens, na noite anterior ao crime, bebendo e supostamente consumindo drogas ilícitas. Um deles, que morava com Ana, foi detido pela Brigada Militar (BM), de manhã, enquanto trabalhava em uma indústria.

No interrogatório, ele disse à polícia que havia saído do local antes da meia-noite, e que a mulher e o outro suspeito teriam permanecido. Até o fechamento desta edição, o outro homem não havia sido localizado. O delegado Juliano Stobbe, que responde pela Polícia Civil (PC) de Teutônia, ouvirá testemunhas nos próximos dias.

Avanço da violência

Moradores se revezavam nos intervalos da indústria e do comércio para observar o que, há alguns anos, era novidade no município. Cada um esboça uma teoria sobre o que teria acontecido. “Quando acontece algum crime aqui é grande”, lamenta o morador Fabiano Bonho, 28, enquanto assiste à movimentação em torno da área isolada pela PC. “As coisas mudaram.”

A violência surge, aos poucos, na rotina de uma cidade de três mil habitantes, acostumada apenas aos raros furtos de objetos. Em 2012, uma mulher foi decapitada em uma casa próxima à praça. Em dezembro do ano passado, dois bancos foram assaltados de forma simultânea, e os criminosos fizeram um cordão de isolamento com reféns.

Para Maicon Scheid, 23, Imigrante deixou de ser o lugar onde todos se conhecem. “Hoje não dá mais para deixar as portas da casa abertas”, lamenta.

Segundo Andrelise Möllmann, 28, os crimes recentes são casos isolados, sem motivo de alardes. De imediato, um casal de aposentados contraria a afirmativa.

Crime em 2012

Esse foi o segundo assassinato no município, em menos de três anos, envolvendo mulheres que trabalhavam em casas de prostituição. Em 2012, o assassinato de Andressa Hann, 22, assustou a comunidade. O metalúrgico Gilson Alan Altmann, 26, foi acusado de decapitar e fugir com a cabeça da ex-namorada.

Andressa foi encontrada na casa de Altmann, no centro. Na parede, ele deixou uma mensagem de desculpas para a família, escrita com o sangue da vítima. Poucas horas depois do assassinato, fugiu com a cabeça da vítima para o interior do município, na localidade de Linha Herval. Três dias depois, ele se entregou à Polícia Civil. Em maio deste ano, o homem foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão.

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