Morte de agente motiva protesto da PC

Você

Morte de agente motiva protesto da PC

Servidores criticam cortes e manifestam luto por colega assassinado em Alvorada

Vale do Taquari – Policiais civis de todo o RS pararam as atividades por uma hora nessa sexta-feira. Eles protestam contra a morte de Valdecir Machado, agente lotado em Alvorada. As manifestações iniciaram às 14h e foram seguidas por “sirenaços” pelas ruas das cidades.

02Em Lajeado, os profissionais fizeram um minuto de silêncio e depois seguiram em carreata pelo centro. De acordo com a vice-presidente da União Gaúcha dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Magda Lopes, o assassinato do colega na Região Metropolitana é resultado da política de corte de verbas do governo do Estado.

“É um caso que evidencia a falta de efetivo nas delegacias.” Na quinta-feira, 16, Valdecir Machado, 61, estava sozinho na Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) do município quando um homem, que havia sido preso por agressão à esposa, conseguiu fugir. Não havia espaço nas celas do local.

Sem viatura disponível, Machado procurou o suspeito com veículo próprio e o encontrou no bairro Intersul. Ao receber voz de prisão, o homem reagiu, conseguiu desarmar o agente e disparou duas vezes contra a cabeça do policial.

Segundo Magda, o colega assassinado tinha idade suficiente para se aposentar. Para isso, aguardava promoção garantida por lei. “Infelizmente, no início do ano, o governador Sartori assinou decreto suspendendo todas as promoções no serviço público.”

Afirma que o caso causou comoção entre os colegas, que se sentem desprotegidos. “A categoria está insegura e indignada. Muitos estão se aposentando antes, mesmo perdendo benefícios, pois não há perspectiva de melhora.”

Em nota, a Ugeirm alega que o governo precariza os locais de trabalho, deixando delegacias vazias e sujeitando os profissionais a realizar ações sem a estrutura necessária para atender a população. A entidade lembra que 650 aprovados em concurso público tiveram a nomeação negada pelo governo.

Ações em conjunto

As associações e sindicatos da segurança pública do Estado se reuniram na quinta-feira para definir ações conjuntas contra as políticas estabelecidas pelo Piratini.

Representantes do setor percorrerão os gabinetes da Assembleia Legislativa pedindo que os deputados rejeitem o Projeto de Lei Complementar (PLC) 206, que permite ao governo congelar ou mesmo cancelar, até 2018, os reajustes concedidos por administrações anteriores.

Caso o governo decida parcelar ou atrasar os salários, as 11 entidades entrarão com pedido coletivo de prisão contra o governador. A alegação é que a medida descumpriria decisão judicial que proíbe o parcelamento e prevê multa pessoal a Sartori de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento.

O movimento também critica o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovado nesta semana pelos deputados gaúchos. Segundo as entidades, o projeto congela salários do funcionalismo público gaúcho.

Greve geral

A Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado (Fessergs) alerta para a chance de uma paralisação total da área de segurança, devido ao alto grau de insatisfação com a política de cortes. Em nota, a Federação alega que a greve geral será inevitável caso o governo não atenda as reivindicações da categoria.

Na semana passada, policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e funcionários do Instituto Geral de Perícias (IGP) demonstraram força em protesto pelas ruas de Porto Alegre. Mais de 9 mil servidores integraram a manifestação.

Acompanhe
nossas
redes sociais