Furtos de materiais prejudicam obra

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Furtos de materiais prejudicam obra

Entrega dos 448 apartamentos deve ocorrer um ano após o previsto em contrato

Lajeado

Lajeado – A empresa responsável pela obra de R$ 23 milhões entre os bairros Santo Antônio e Jardim do Cedro registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, relatando furto de material do canteiro do loteamento popular Novo Tempo. O fato mais recente ocorreu na semana passada, com prejuízo avaliado em mais de R$ 60 mil. Portas, janelas e outras peças necessárias aos 448 apartamentos foram levadas do local. Por outro lado, o governo federal segue atrasando repasses.

Crédito: Rodrigo MartiniPelo menos dois boletins de ocorrência foram registrados na Polícia Civil. Um, em junho, e outro, na sexta-feira passada. Conforme os registros, 33 estruturas de andaime, 300 peças metálicas, 300 guias de madeira, 150 metros de piso cerâmico, 121 janelas, baldes de selador, de tintas e até sacos de massa niveladora foram furtados.

De acordo com o encarregado de obras ALM Engenharia, responsável pelas obras, João Osvaldo da Silva Ayres, contabilizando a mão de obra gasta na instalação dos materiais furtados, o prejuízo ultrapassa R$ 100 mil. O dano deverá ser pago pela empresa, que não descarta a paralisação dos serviços se persistirem os furtos. “Sabemos que a polícia faz rondas. Mas vamos pedir que sejam intensificadas.”

O Executivo e a Brigada Militar (BM) prometem ações para inibir a onda de furtos no local. Segundo Ayres, parte do material foi recuperada graças a denúncias anônimas. “Recuperamos algumas janelas e andaimes em Cruzeiro do Sul. Também já recebemos outras denúncias e vamos atrás do resto”, garante.

Segundo o encarregado, alguns denunciantes procuraram a administração municipal para repassar informações. Ayres descarta o envolvimento de outras empresas do ramo nos furtos. “Não acredito nisso.” Ele sugere maior segurança ao empreendimento, e estima ao menos mais dez meses de obras até a entrega das moradias.

A obra engloba a construção de 28 prédios, totalizando 448 apartamentos populares em uma área de 33,2 mil metros quadrados. Todos são financiados por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida. O investimento é de R$ 30 milhões, sendo R$ 3,1 milhões de recursos municipais e R$ 26,8 milhões de repasses federais.

Uma desistência. Oito cancelados

O sorteio dos 448 apartamentos populares ocorreu no fim de junho. Além dos escolhidos, foram repassados outros 147 cadastros suplentes à CEF, conforme esclarece Manuela Ferreira da Costa, assistente social contratada pela empresa Acordar Treinamentos. É dela a responsabilidade pela segunda etapa do projeto técnico social do Minha Casa Minha Vida.

Manuela informa a desistência de uma das famílias contempladas. “A razão é pessoal, então preferimos não detalhar. Mas podemos dizer que houve resistência por parte da família”, salienta. Outros sete cadastros escolhidos entre os 448 já foram cancelados pela CEF por não atenderem aos critérios do programa. Também foi desqualificada uma das famílias consideradas “suplentes”.

“Todas as famílias já analisadas estão cadastradas para o loteamento Novo Tempo II. Os cadastros referentes ao Novo Tempo I ainda não foram analisados.” A assistente social estima para agosto o fim das análises de contratos por parte da CEF. Após, os beneficiados aguardarão pelo fim das obras iniciadas em janeiro de 2014.

Segundo ela, partiu da CEF a exigência por um contingente de 30% a mais de famílias suplentes para eventuais desistências ou cancelamentos. “Esperamos que ninguém seja desqualificado. Mas se ocorrer a Caixa já tem famílias aguardando pela vaga.”

Assessoria de R$ 378 mil

A Acordar Treinamentos LTDA foi contratada por R$ 378 mil para execução de projeto social de seleção e hierarquização da demanda de famílias inscritas para o empreendimento. A homologação do processo licitatório lançado pelo Executivo para este contrato ocorreu no dia 31 de dezembro passado.

O trabalho tem como objetivo, segundo o documento firmado entre município e a empresa com sede em São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, conhecer a comunidade e a realidade do local para tentar harmonizar a transferência das famílias. Uma reunião com moradores já ocorreu. A próxima está agendada para 14 de agosto.

Neste primeiro encontro, o grupo avaliou questões básicas, como saúde e educação. A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores, Eléa Marie Wessel, falou sobre a organização dos animais domésticos. “A ideia é formar um cadastro único, de famílias com os respectivos animais, para iniciar os processos de chipagem e castração, bem como o encaminhamento dos animais de grande porte para a adoção.”

Também foi discutida a destinação das áreas livres no entorno do condomínio. Foi sugerida a ocupação do local com área de lazer, com a pavimentação das ruas que dão acesso ao local.

Conforme o contrato firmado, o serviço tem como ações previstas “fortalecer o espírito de vizinhança, verificar o uso adequado das unidades habitacionais, das instalações hidráulicas e elétricas e dos demais equipamentos comunitários, verificar as influências dos cursos e oficinas ministradas durante o trabalho técnico social em relação às alterações nas estratégias de sobrevivência da população beneficiada”.

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