Lajeado – O pequeno e superlotado espaço para acolher animais domésticos será ampliado. Após licitação deserta cancelada no início do ano, o governo abre nova concorrência pública. O projeto prevê a construção de outras 19 baias.
O Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) nunca passou por reformas.
De acordo com a planilha de custos do edital, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) pretende investir cerca de R$ 185 mil na ampliação. Hoje, são 14 baias hospedando 86 animais, dentro de uma capacidade máxima de 30 cães. Com as 19 novas vagas, o limite máximo ficará em 62, ainda menor do que a lotação atual.
Coordenadora do CCZV, Eleia Marie Wessel admite que o investimento é insuficiente. “Suficiente nunca será, principalmente porque dependemos da conscientização por parte dos proprietários de animais. É preciso cessar com o abandono”, sustenta.
Nos cinco primeiros meses deste ano, foram recolhidos 89 animais, e menos da metade foi adotada.
O orçamento é R$ 50 mil superior ao custo estimado em janeiro, quando a ampliação custaria R$ 135 mil. Segundo Eleia, os valores ficaram defasados. “Foi necessário fazer um novo orçamento. Mas a obra é a mesma aprovada por lei na câmara de vereadores”, informa.
Construído em 2008 ao lado do aterro sanitário, no bairro São Bento, o canil foi inaugurado oficialmente no dia 6 de junho daquele ano e custou cerca de R$ 113 mil. Além das 14 baias, tem uma sala para procedimentos cirúrgicos, uma sala de banho e um espaço isolado para animais doentes.
745 adoções desde 2008
Desde a fundação, há sete anos, foram registradas 745 adoções no canil municipal.
Para tal, a equipe do CCZV costuma promover eventos para incentivar a população a conhecer o espaço. A próxima feira para adoção de animais está agendada para julho. “Ainda não definimos a data. Mas logo será divulgada”, garante. Para tal, a equipe finaliza trabalhos de castração e vacinas.
O número de adoções representa 61% do total de 1.221 animais recolhidos ao canil desde junho de 2008. Neste mesmo período, houve 384 mortes registradas dentro do espaço. “Muitos casos são irreversíveis. E a grande maioria dos óbitos é de filhotes, cuja morte costuma decorrer de doenças como a cinomose.”
Essa doença, considerada a mais comum entre animais abandonados, causa perda de apetite, corrimento ocular e nasal, diarreia, vômito e sintomas nervosos (tiques nervosos, convulsões e paralisias), dificuldade de respirar e febre.
Conforme o estado imunológico do animal contaminado, a morte pode ocorrer em poucos dias. A doença ataca cachorros de porte menor e é altamente contagiosa. Segundo veterinários, não há cura. “Os óbitos ocorrem só nestes casos, ou quando houve muita violência contra o animal. Somos contra a eutanásia”, frisa Eleia.
Equipe do canil
Hoje, o município mantém um servidor para atendimento, dois zeladores que fazem a limpeza e alimentação dos cães por turno, além de um veterinário atuando 33 horas por semana no tratamento dos animais. “O local deveria servir de abrigo temporário, onde o animal fica durante a recuperação. Mas infelizmente muitos não são adotados e estão há mais tempo no local.”
Saiba mais
O canil de Lajeado está aberto todos os dias, inclusive feriados. O horário de atendimento é das 8h às 11h30min, e das 13h30min às 16h30min.
Para denúncias sobre animais abandonados, o contato é feito junto a Sema, no horário comercial, pelo 3982-1222.
Para denunciar maus-tratos, é possível contatar o Corpo de Bombeiros de Lajeado, pelo 193, ou a Brigada Militar, pelo 190.
De acordo com a lei federal, praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais pode acarretar detenção de três meses a um ano e multa. A pena é maior se ocorrer morte.
Canil Lajeado
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Resultados do canil desde junho de 2008
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente