Vale do Taquari – O Ministério da Educação (MEC) anunciou nessa sexta-feira, 26, a abertura de novos financiamentos estudantis por meio do Fies. Serão 61,5 mil vagas, número quase cinco vezes menor em relação as 252,5 mil oferecidas no primeiro semestre deste ano.
O pró-reitor administrativo da Univates, Oto Moerschbaecher, considera que o número reduzido de vagas no país diminui as chances de financiamentos na instituição. Segundo ele, o governo federal priorizará as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Receberão 45% das vagas. O restante será dividido entre os estados do Sul e Sudeste, que detêm o mair número de instituições.”
Outros critérios, como a prioridade para cursos com conceito A na avaliação do MEC, ajudam a reduzir a oferta nas instituições gaúchas. “No Brasil são poucos cursos com nota máxima nas avaliações”, ressalta.
Sendo assim, Moerschbaecher considera incerta a oferta de alguma vaga para o Fies na Univates. “Devem sobrar meia dúzia para cada instituição, mais não temos como saber”, afirma. Segundo ele, as incertezas do governo quanto ao programa perduram desde o início do ano.
Com a nova oferta, o número de vagas do Fies em 2015 chega a 314 mil. A queda é de mais 50% em relação ao ano passado, em que número de vagas no programa chegou a 731,3 mil. Hoje, mais de dois milhões de estudantes têm financiamento por meio do Fies.
Alta nos juros
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, também anunciou reajuste nos juros para os novos financiamentos. A taxa passará de 3,4% ao ano para 6,5%. Segundo Janine, o índice foi definido devido à inflação acumulada nos últimos 12 meses.
O estudante com acesso ao Fies começa a quitar o financiamento 18 meses após a conclusão do curso superior. No ano passado, o programa passou a atender alunos dos cursos de pós-graduação, resultando em um custo de R$ 13,7 bilhões ao governo federal.
Para conter a escalada dos gastos com o programa, o MEC limitou novos contratos e criou exigência para acesso ao programa. Entre elas, estão a obtenção de, ao menos, 450 pontos na prova do Enem e a eliminação de candidatos que zeraram a redação do Enem.
Recursos
Os repasses do Fies, em atraso desde o início do ano, começam a ser normalizados pelo governo federal. Segundo o pró-reitor de Administração da Univates, há três meses a União deposita recursos do programa. “Cerca de 55% da dívida do MEC com a universidade foi paga.”
A quitação das verbas permitiu redução no plano de contingência orçamentária da instituição. “Estávamos segurando 100% do nosso orçamento. Hoje, já liberamos 30%”, relata. Conforme Moerschbaecher, a situação financeira voltará à normalidade na medida que o restante da dívida for pago pelo governo.