O primeiro carro elétrico artesanal do país terá o lançamento da segunda geração em 90 dias. Projetado pelo lajeadense, João Alfredo Dresch, 69, o veículo aguarda a produção em grande escala. Esta depende das negociações com outros empresários, incluindo propostas de países vizinhos, como Paraguai e Uruguai.
Criado em 2010, o protótipo levou 11 meses para ser concluído. Denominado de JAD, carrega as iniciais do nome do idealizador. Dresch projetou o modelo, com auxílio de um amigo engenheiro e outro mecânico. Movido à energia elétrica, a primeira geração mede 1,95 metro de comprimento, por 1,05 metro de largura e 1,2 metro de altura.
Segundo Dresch, a nova geração tem dimensões ampliadas, sendo 2,3 metros de comprimento por 1,3 metro de largura. Construído a partir de estrutura com canos de aço e carroceria de fibra, o veículo tem espaço para dois passageiros. Dentre as melhorias mecânicas, está a potência do motor.
“Temos um novo motor elétrico de 15,8 cavalos de potência, capaz de atingir até 120 km/h”, ressalta. As novas baterias de lítio garantem autonomia para rodar 120 quilômetros com uma carga. Todos os detalhes foram apresentados na terça-feira, no IV Seminário de Gestão Urbana Sustentável, na Assembleia Legislativa.
Inspiração na Itália
A ideia do projeto surgiu a partir de uma viagem de Dresch à Itália. Percebeu que a maioria dos veículos que rodava nas estradas era elétrica. O país conta com uma fábrica específica desses produtos.
Quando voltou ao Brasil, não tinha nada em que se espelhar. Fez proposta a um colega mecânico e a outro engenheiro para ajudarem na execução. Sem ideia do tamanho real do carro, juntaram peças de outros veículos até chegarem ao projeto final.
Para atingir a estética definitiva, feita de fibra, fizeram testes com papelão, madeira e gesso.
Mesmo sem formação na área, o trabalho foi todo instruído por Dresch. Cerca de quatro motores diferentes foram testados antes de descobrirem o ideal. Após a conclusão, o veículo levou dois anos e oito meses para conseguir emplacamento.
Vantagens
Com a produção em grande escala do veículo, Dresch sonha em colaborar para um planeta com menos poluição às gerações futuras. Dentre as vantagens do modelo, elenca isenção do IPVA e facilidade em estacionar. Por não utilizar combustíveis derivados do petróleo, mas energia elétrica, polui menos.
