Mudanças no cardápio, criação de hortas e palestras com as famílias foram formas encontradas pela Secretaria de Educação para combater a obesidade infantil nas escolas. Levantamento de 2014, feito nas 13 instituições municipais de Ensino Fundamental, revela que 62,3% dos alunos apresentam peso considerado adequado.
Incluída no Programa Escola e Família: de Mãos Dadas pela Educação, a avaliação anual ocorre desde 2011 e auxilia no controle e reeducação alimentar. Ao todo, 1.812 estudantes do 1º ao 9º ano integraram a pesquisa. Os resultados apontam risco de 37,1% dos alunos desenvolverem sobrepeso, obesidade ou magreza.
Para melhorar estes índices e aprimorar o projeto, o município incrementará um sistema pioneiro para acompanhamento físico dos adolescentes. Segundo a coordenadora pedagógica, Marlise Führ, com o uso de um software produzido por uma empresa de Lajeado, os professores de Educação Física avaliarão a obesidade, aptidão cardiorrespiratória, flexibilidade e resistência de força de cada aluno.
“O trabalho iniciará com alunos de 6º e 7º ano de seis escolas”, salienta Marlise. Ao todo, serão 425 estudantes avaliados no próximo semestre. A partir dos resultados, novas práticas serão implantadas ao currículo e dialogadas com as famílias, para garantir um desenvolvimento mais saudável dos jovens.
“É um trabalho contínuo, para auxiliar na criação de hábitos saudáveis”, enfatiza. A formação dos professores iniciou ontem. O grupo define a periodicidade das avaliações, formas de trabalho e divisão de turnos.
Índices e aprovação da merenda
Os índices de obesidade, baseados no cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), tiveram pouca variação em comparação ao último ano. Parte dos índices aumentou, acompanhando o crescimento dos alunos ao programa. A apresentação dos dados ocorreu na segunda-feira.
Conforme a secretária de Educação e Cultura, Eluise Hammes, a criação de hábitos mais saudáveis perpassa as novas práticas implantadas nas escolas. Todas as instituições municipais de ensino têm hortas.
Além de plantar e colher os alimentos, os alunos recebem acompanhamento nutricional. As atividades ocorrem em sala de aula e com as famílias. Segundo Eluise, uma pesquisa com 944 alunos apontou que 89,8% aprovam as refeições e se adaptaram bem às mudanças no cardápio. Faz mais de dois anos que os colégios baniram frituras e reduziram o sal nos pratos, incentivando a alimentação mais saudável e regrada.
Resultado das avaliações nas escolas municipais*
Ano | Peso adequado | Acima do peso | Apresentam magreza | Têm risco de sobrepeso |
2011 | 65% | 31,3% | 3,6% | 0% |
2012 | 60,2% | 35,9% | 2,6% | 0% |
2013 | 65,8% | 30,8% | 3,2% | 0,1% |
2014 | 62,8% | 32% | 4% | 0,3% |
*Pesquisa aplicado aos alunos do Ensino Fundamental, com percentuais aproximados
Fonte: Secretaria Municipal da Educação