Hospital avalia diminuir atendimentos

Você

Hospital avalia diminuir atendimentos

Menor participação de verba do Estado provoca déficit superior a R$ 1,4 milhão

oktober-2024

O Hospital Estrela ameaça reduzir atendimentos caso o Estado não pague repasses atrasados desde outubro. A instituição acumula um déficit que supera R$ 1,4 milhão.

Crédito: Anderson LopesEm entrevista à Radio do Vale, a diretora do hospital, irmã Teresia Steffen, evidenciou as dificuldades enfrentadas pela administração da casa de saúde. Segundo ela, o governo quer rever os valores do contrato com a instituição.

A proposta pode reduzir em R$ 240 mil o total do contrato, que hoje chega a R$ 1,1 milhão. “Pelo menos é uma proposta, que nos dá a possibilidade de negociar”, avalia. Do total contratado, cerca de R$ 140 mil, referentes ao cofinanciamento, não estão sendo pagos.

Conforme Teresia, nenhum serviço realizado em maio foi quitado e não há previsão para o pagamento. Normalmente a primeira parcela é depositada no dia 12, e a segunda no dia 20 de cada mês.

Teresia ressalta que os valores seriam usados no custeio operacional da casa de saúde. A manutenção dos equipamentos fica prejudicada devido aos prejuízos recorrentes. “Daquilo que estraga, definimos prioridades para ver o que vamos ou não arrumar.”

Entre os equipamentos que apresentaram defeito, estão um respirador de UTI e um aparelho de mamografia. Ambos tiveram as placas queimadas e as substituições custam cerca de R$ 30 mil cada. Segundo a diretora, apenas o respirador será consertado no momento.

Cortes previstos

Caso o impasse com o governo do RS não tenha solução, o hospital prevê reduzir plantões e cortar gastos, apesar de não haver um plano estabelecido para isso. Conforme Teresia, o quadro de funcionários é reduzido na instituição. “Temos 20 vagas em aberto, de pessoas que saíram e não foram substituídas.”

Investimentos previstos pela instituição também estão parados. Entre eles, a elaboração de um novo plano de prevenção a incêndios (PPCI) e a construção de uma estação de tratamento de efluentes, em análise na Fepam.

Crise em todo o RS

As dificuldades enfrentadas por hospitais filantrópicos e santas casas gaúchas motiva restrições em diferentes regiões.

Instituições do Vale do Rio Pardo, Serra Gaúcha e Litoral já reduziram atendimentos pelo SUS.

Nesta semana, o Hospital Santa Luzia, de Capão da Canoa, e o Nossa Senhora dos Navegantes, de Torres, anunciaram redução no atendimento.

As duas casas de saúde receberão apenas pacientes em situação de urgência ou encaminhados pelo Samu. Os demais serão encaminhados às redes municipais de saúde.

Em Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, o Hospital Sebastiany demitiu 20 dos 56 funcionários na sexta-feira, 12. Na mesma região, o hospital de Passo do Sobrado cancelou atendimentos gratuitos e internações.

A previsão é transformar a casa de saúde em clínica particular até o fim do mês.

Em Farroupilha, o Hospital São Carlos mantém apenas atendimentos de urgência do próprio município. A instituição deixou de ser referência para traumatologia e ortopedia. Em Caxias do Sul, o Hospital Pompeia avalia fechar 31 leitos do SUS.

Acompanhe
nossas
redes sociais