A redução no número de doadores de sangue preocupa o Hemovale. Se no ano passado a instituição recebia doações de 35 pessoas por dia, em média, em 2015 são cerca de 25, representando uma queda de 30% nos estoques.
De acordo com a farmacêutica bioquímica do banco de sangue, Fernanda Marca, 29, para manter os estoques em nível ideal são necessários mais de 800 doadores por mês. Em maio, menos de 700 pessoas doaram.
Conforme Fernanda, a principal carência é de sangue O negativo. Considerado doador universal, o tipo O é recebido por pessoas com todos os grupos sanguíneos. “É utilizado em situações de emergência, nas quais não há tempo de fazer o teste que verifica compatibilidade.”
Por outro lado, pacientes com sangue O só podem receber doações do mesmo tipo. “O sangue com fator rh negativo é mais raro do que o positivo em todos os grupos sanguíneos.”
Moradora de Cruzeiro do Sul, a estudante Ana Carolina Spilier, 20, tem o tipo sanguíneo mais necessário ao banco de sangue. Doadora desde o ano passado, Ana sabe a importância de garantir bons estoques de sangue na região e incentiva amigos e parentes a fazerem doações, inclusive com postagens nas redes sociais.
“As pessoas dizem que não têm tempo ou que têm medo de agulha, mas se é para ajudar outras pessoas não podem haver desculpas”, afirma. Segundo Ana, as doações ainda garantem a manutenção do estoque que pode ser utilizado pelos próprios doadores em caso de necessidade.
Ajuda a familiares
Uma parte significativa dos doadores é composta por familiares e amigos de pacientes dos hospitais da região. Moradora de Teutônia, a fiscal sanitária e ambiental Carine Franciele Sipel, 29, veio ao Hemovale ajudar um conhecido da família.
“Um amigo do meu pai está precisando de sangue e decidi colaborar”, alega. É a segunda vez que Carine doa sangue.
Já a lajeadense Marta Diedrich, 48, procura doadores para ajudar o primo, Paulo Labres, 58. Portador de sangue O negativo, Labres faz tratamento com hemodiálise e perdeu sangue devido a uma úlcera estomacal. “Precisamos repor seis bolsas”, ressalta Marta.
De acordo com Fernanda Marca, o sangue coletado é separado em três partes, utilizadas em diferentes situações. As hemácias são usadas em casos de sangramento e para pessoas com anemia. As plaquetas ajudam no tratamento de leucemia, e o plasma é usado para repor proteína no organismo. Em grandes cirurgias, os três componentes são necessários.
Municípios de destino
As doações ao Hemovale são destinadas a hospitais de 24 municípios dos vales do Taquari, Rio Pardo, Caí e da região central do estado. Podem doar pessoas com idade entre 16 e 69 anos, que tenham boas condições de saúde e mais de 50 quilos.
Os voluntários fazem um cadastro e passam por triagem clínica e hematológica antes da doação. Para doar novamente, é necessário um período de espera para reposição de ferro. São oito semanas para homens e 12 para mulheres.
Interessados em ajudar devem se dirigir ao Hemovale, no terceiro andar do Hospital Bruno Born, em Lajeado. As doações também podem ser agendadas pelo 3748 –0442 ou http://www.hemovale.com.br/
Instituições beneficiadas
– Hospital de Estrela
– Hospital Ouro Branco (Teutônia)
– Hospital Sebastiany (Sobradinho)
– Hospital Homero (Sobradinho)
– Hospital Bom Jesus dos Passos (Rio Pardo)
– Unimed Centro Sul (Guaíba)
– Hospital Santa Terezinha (Encantado)
– Oase (Montenegro)
– Hospital São Gabriel Arcanjo (Cruzeiro do Sul)
– Hospital São João Batista (Nova Bréscia)
– Hospital Santa Isabel (Progresso)
– Hospital Oscar Benevollo (Putinga)
– Hospital Roque Gonzales (Roca Sales)
– Hospital Nossa Senhora Aparecida (Muçum)
– Hospital São José (Arroio do Meio)
– Hospital Padre Catelli (Anta Gorda)
– Hospital de Caridade Sant’ana (Bom Retiro do Sul)
– Hospital São Rafael Arcanjo (Boqueirão do Leão)
– Hospital Leonilda Brunet (Ilópolis)
– Hospital Marques de Souza
– Hospital São Roque (Dois Lajeados)
