Vereadores defendem versões para rusga

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Vereadores defendem versões para rusga

Desentendimentos entre Aloísio Schwarzer e Darci Hergessel preocupam partido

Arroio do Meio – A discussões promovidas na câmara pelos vereadores Aloísio Schwarzer e Darci Hergessel, ambos do PDT, repercutem no município. Após uma série de acusações mútuas em diferentes sessões do Legislativo, a rusga ocasionou interrupção da reunião realizada na quarta-feira, 3.

Na ocasião, xingamentos foram proferidos por Schwarzer durante o pronunciamento de Hergessel, que falava sobre um churrasco promovido pelo partido para selar a paz entre os dois. “Tu é um palhaço, salafrário”, acusou Aloísio, dizendo que aguenta desaforos do correligionário.
Após dez minutos de paralisação, os dois se manifestaram. Hergessel disse não querer que a briga vá adiante, e Schwarzer pediu desculpas pelo episódio.

Não foi a primeira vez que eles se desentenderam em plenário. Um episódio emblemático ocorreu na reunião do dia 6 de maio. Hergessel acusou o colega de ter sido expulso de partidos políticos, comunidades e de ser demitido do emprego. Ele ainda ameaçou pedir a desfiliação de Schwarzer do PDT.

Depois da troca de farpasn o PDT organizou uma reunião com a presença do deputado Federal Pompeo de Mattos, na tentativa de encontrar um entendimento entre os correligionários. A sessão em que ocorreram os xingamentos foi a primeira depois do encontro.

Regimento parlamentar

O regimento interno da câmarap prevê quatro tipos de punição aos vereadores que se portarem de maneira inconveniente.

Além de receber advertências, os parlamentares podem ser impedidos de se pronunciar ou ser afastados no plenário.

Acredito ser provável armação para enfraquecer nosso partido”

A Hora – Quando começou o desentendimento entre você e seu colega de legenda? Quais os motivos?

Darci Hergessel – Na verdade, começou no meu primeiro mandato, em 2008. Sempre fomos amigos, mas depois me elegi vereador e ele não. Ele era o quinto suplente e queria uma vaga. Nesses quatro anos, ele ficou xingando e pedindo a vaga. Só que temos que seguir o regimento interno, que determina que o primeiro suplente entregue para o segundo, o segundo para o terceiro e assim sucessivamente. Não pode entregar direto para o quinto. Mas o problema começou mesmo no segundo mandato, não sei o motivo. Não tenho nada contra ele, nunca tive. Depois que me elegi, ele ficou com ódio de mim.

Você acha que alguém provocou ele?

Hergessel –Disseram pra ele “tu tá dentro por causa do Darci”. Ele se elegeu com 400 e poucos votos e eu fiz mais de mil. Acredito ser provável armação para enfraquecer nosso partido. Vamos filiar mais gente e nos fortalecer para a próxima eleição, colocando um candidato a prefeito.

Na tribuna você acusou o colega de ter sido expulso de partidos, comunidades e demitido do trabalho. Tem alguma comprovação?

Hergessel –Tenho, mas não posso falar quem me passou e comprovou as informações. Ele mesmo falou que foi expulso da Boppard.

O que aconteceu na reunião do partido? Como está o PDT diante disso?

Hergessel –Essa reunião teve o intuito de unir o partido e nós dois. Eu fui para fazer as pazes, mas ele não aceitou. Inclusive foi embora. O que eu queria era paz e união do PDT. O partido errou, deveria ter feito logo uma reunião para resolver isso. Foi deixado andar até que chegou neste ponto. Pedi inúmeras vezes por um diálogo, mas ele não aceitou. Naquela reunião, ele foi embora quando a gente queria fazer um acerto. O partido pediu para eu me desculpar na câmara e eu fiz isso. Aí piorou a situação. Quando ele levantou e começou a gritar, desliguei o microfone e fiquei quieto. Foi falta de decoro parlamentar.

Você ainda pensa em fazer as pazes?

Hergessel –Sempre estou aberto à negociação, a fazer as pazes, por que não quero briga. Já pedi, já fiz de tudo. Agora o partido nos advertiu. O próximo que começar a acusar vai sofrer consequências, inclusive com cassação de mandato. Nunca tivemos problema fora da câmara, só na tribuna. Sempre tentei, o máximo de mim, para fazer as pazes. O partido falhou em não tomar uma atitude logo.

Foi um momento de desabafo, mas não me arrependo.”

A Hora – Quando começaram os desentendimentos entre você e o colega de legenda? Quais os motivos?

Aloísio Schwarzer – Ele frequentava a minha casa. A uns nove anos, ele passou a bisbilhotar a minha vida e fazer intrigas a amiga em comum, a qual hoje não tenho mais relação por motivos políticos. Naquela época, nós fizemos uma reunião do partido e combinamos que quem fosse eleito deveria ceder espaço para suplentes. Passou quatro anos e ele não cumpriu, dizendo que o combinado não estava escrito. Sendo assim, eu também ainda não cedi espaço para suplentes. Quando eu me tornei presidente do partido, ele passou a me difamar em todos os lugares. Ele é um cara muito liso. Sempre nega as coisas que fala e se faz de coitadinho, como no caso da sessão em que acabei explodindo.

Quais são as acusações?

Schwarzer – Ele falou em plenário que eu teria tumultuado uma reunião solene, quando eu prezo por essas homenagens. O Darci desconvidou o secretário da câmara, Carlos Hollmann, daquela reunião. Ele disse que eu fui expulso de partidos, comunidades, do programa amigos de Boppard e que eu fui demitido do escritório onde eu trabalhava. Tinha aberto uma parceria que não continuou por motivos pessoais. Eu trabalhei a vida toda no Fórum, nunca recebi um gancho. Eu fui presidente do São Caetano, catequista, presidente da comunidade do Aimoré, participei da Amai, e nunca recebi nada pra isso. Ele me humilhou muito na sessão, por isso, acabei estourando. Estou documentando todas essas situações porque isso me irrita e me machuca.

Como está o partido diante disso?

Schwarzer -O partido está em uma situação caótica. Quando ocorreu a reunião com a presença do deputado Pompeo de Mattos para tratar do assunto, um dos líderes do partido falou que era para resolver o problema entre os vereadores. Como não era o momento, houve uma discussão e eu sai da reunião. No mesmo dia ,ele já falou de mim de novo. Eu falei várias vezes para o pessoal do partido sobre as acusações que ele faz e ninguém tomou providência. O problema é que para o PDT o Darci é Deus, porque foi o puxador de votos. Mesmo assim, minha relação com o partido é boa, tanto que queriam que eu assumisse de novo como presidente. Mas não quero ter que lidar com ele.

Você se arrepende dos xingamentos proferidos na última sessão?

Schwarzer -Foi um momento de desabafo. Eu tenho educação e por isso tentei evitar, mas cansei. Foi um momento de impulso que repercutiu, tanto positivamente quanto negativamente, mas não me arrependo.

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