Governo federal prevê pedágio na BR-386

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Governo federal prevê pedágio na BR-386

Rodovias gaúchas devem receber R$ 3,2 bilhões em plano de concessões privadas

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O programa de investimento em logística do governo federal pretende conceder a BR-386 para a iniciativa privada. Com leilão previsto para 2016, a estrada deve receber praças de pedágio e ser duplicada até Carazinho.

Crédito: Estevão HeislerEm todo estado, serão mais de R$ 3,2 bilhões para 581 quilômetros de quatro rodovias federais. Também receberão investimento as BRs 101, 116 e a Freeway. O governo fará estudos técnicos para definir o número de praças de pedágio. Vence o leilão a empresa que apresentar o menor valor para a tarifa.

A presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini, acredita que as medidas são positivas para a região. “É a melhor notícia que recebemos neste ano”, avalia. Para ela, o investimento no transporte é fundamental para o crescimento do Vale.

“Nosso papel é cuidar para que os termos das concessões atendam as reivindicações regionais”, ressalta. Segundo ela, a volta do pedágio na BR-386 já estava prevista, tendo em vista a necessidade de investimento na estrada.

Para Cíntia, a sociedade está disposta a pagar pedágio desde que isso garanta uma estrada com plena condições de trafegabilidade e a tarifa seja adequada. A presidente do Codevat também espera que o governo federal leve em conta os estudos realizados na região para as obras na rodovia.

Diferentes modais

Os portos de Estrela e Taquari também devem receber recursos. Está em análise o investimento de R$ 123,43 milhões em oito terminais portuários gaúchos. Ainda são previstas melhorias na malha férrea administrada pela ALL, incluindo o trecho do Vale.

Cíntia critica a manutenção do monopólio da ALL. Segundo ela, a empresa não realiza transporte de cargas na região por falta de interesse econômico. “O ideal é abrir novas concorrências para cada trecho do estado”, reforça.

Com relação aos portos, Cíntia acredita que eles precisam ser reestruturados e depois repassados à iniciativa privada.

O plano da União prevê ainda a privatização do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que deve receber R$ 2,5 bilhões para obras de ampliação. A previsão é leiloar a estrutura no próximo ano.

Apresentado ontem em Brasília, o Plano de Investimento em Logística (PIL) prevê quase R$ 200 bilhões de investimentos em logística para todo o país. Serão destinados R$ 66,1 bilhões em rodovias, R$ 86,4 bilhões em ferrovias, R$ 37,4 bilhões em portos e R$ 8,5 bilhões em aeroportos.

Apoio ao aeródromo

Apesar de não estar incluído nos planos de investimento do governo federal, líderes da região buscam retomar as atividades do Aeródromo do Vale do Taquari, localizado em Estrela. Interditada desde 2011, a estrutura será tema de reunião com as entidades regionais na próxima semana.

Conforme a presidente do Codevat, é preciso um esforço de todo o Vale para que o campo de aviação seja liberado para operar.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Estrela, Marco Wermann, pontua as ações do município para reabilitar a estrutura e cobra mais participação regional. Na semana passada, ocorreu reunião com o Codevat e pessoas que utilizavam o local. “Ou assumimos de forma conjunta ou fica difícil.”

Conforme Wermann, o município tem a intenção de fazer todos os processos necessários para a reabertura do aeródromo. Após, a intenção é repassá-lo à iniciativa privada. “Não é papel do município fazer essa gestão.”

Segundo ele, parte das questões levantadas pela Anac que resultaram na interdição já foi solucionada. Entre elas, a retirada de uma rede elétrica instalada sem autorização pela AES Sul. Também foram instaladas marcações de concreto para substituir cones que ficavam no local.

No início de 2013, uma nova legislação exigiu a elaboração de um plano básico de zoneamento do aeródromo. “Encaminhamos o projeto no mesmo ano e ainda não tivemos a aprovação total da Anac”, ressalta Wermann.

Conforme o secretário, ainda há a necessidade de investimentos na cerca e na estrutura de entrada e saída do campo de aviação. Também é necessária a remoção de árvores que hoje estão na cabeceira da pista.

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