Comitê defende sede da câmara no centro

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Comitê defende sede da câmara no centro

Proposta de construir sede do Legislativo no bairro Montanha desagrada grupo

A possibilidade de construção da Câmara de Vereadores no bairro Montanha causa mobilização no Comitê Gestor do Centro Histórico. Na reunião mensal de ontem, o grupo reforçou o posicionamento e sugeriu a utilização da antiga Praça Mário Lampert. Outra possibilidade seria o prédio da Acvat, na esquina da av. Benjamin Constant com a rua Júlio May.

Crédito: Renata AgostiniO debate sobre o assunto ocorre desde a doação de um terreno municipal no bairro Montanha, feita faz cerca de três semanas. Mais de 15 pessoas estavam presentes na reunião de ontem. Segundo o presidente do Comitê, Ítalo Reali, uma das primeiras reivindicações do grupo, fundado em 2012, foi a manutenção das sedes do Executivo e Legislativo na área central, no perímetro considerado histórico.

“Não é o Comitê que quer, é a comunidade que está nos pedindo”, afirma. Reali mostrou o ofício enviado aos vereadores e entregue à administração municipal, solicitando que a construção seja no centro.

De acordo com ele, o processo pendente no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ser encerrado até o fim do ano, liberando o uso da área da antiga Praça Mário Lampert. Esta recebe aterramento para servir de estacionamento temporário. O terreno estava inutilizado desde ser embargado pela vizinhança, impedindo a detonação para construção no subsolo.

Projeto veio de surpresa, diz Gisch

Representante da oposição ao governo Luís Fernando Schmidt, o progressista Waldir Gisch questiona a forma como foi estabelecida a proposta de construção da sede do Legislativo no bairro Montanha. Segundo ele, a proposta mais viável seria erguer o prédio na rua Júlio May, na antiga Praça Mário Lampert.

Segundo ele, antes da possibilidade de transferência, houve uma reunião com o presidente do Legislativo, Carlos Ranzi (PMDB). Ficou acertado que qualquer projeto para a nova sede passaria por uma discussão com os demais parlamentares.

Depois disso, conta, houve uma reunião do peemedebista com o prefeito e, em seguida, chegou o projeto de lei doando a área no bairro Montanha para ser construída a sede própria. “Isso nos pegou de surpresa. Pareceu uma ação só do presidente.”

Contrário ao investimento fora do centro, Gisch, que também é presidente da comissão de Finanças e Orçamento, acredita que a matéria não irá à votação. “Esse projeto vai dormir nas comissões. Esperamos tocar a construção na rua Júlio May.”

Vereador do mesmo partido de Ranzi, Paulo Dorr (PMDB) acredita que a distância dos setores do Executivo provocará despesas ao erário. “Prefiro que continue no centro.” Outro vereador contrário é o tucano Delmar Portz. Para ele, o mais correto é aguardar o fim do processo para uso da área da antiga praça. “A morador quer retirar o processo”, conta. Mesma opinião de Círio Schneider (PP). “Temos que ficar no centro, até para facilitar a participação da comunidade.”

Na avaliação de Antônio Schefer (SDD), não há como a obra sair no Montanha. “Isso é papo. Sempre que há troca na presidência da câmara voltam a falar nisso. Faz 20 anos que ouço esse assunto.”

Apoio à Alivat

A reunião abordou ainda o apoio à Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat), que tem interesse em ter uma sede permanente na área central da cidade. A instituição hoje ocupa uma sala cedida pela Casa de Cultura.

Segundo o presidente, Márcio Caye, falta espaço para as atividades e a escadaria dificulta o acesso dos acadêmicos, na maioria idosos. Para auxiliar o grupo, o Comitê arrumou um local provisório para a Alivat, no fim da rua Júlio de Castilhos em direção ao Rio Taquari. A sala pertence ao Sindicato dos Cabeleireiros.

Reali relata a sugestão feita à Secretaria de Planejamento, para que o antigo prédio dos Correios de propriedade da União seja transferido para uso municipal. Segundo ele, no local haveria espaço suficiente para a Associação e outras instituições.

Enquete

Você é a favor ou contra a construção da nova sede do Legislativo no bairro Montanha?

“Eu sou contra. Acredito que a câmara de vereadores deva permanecer na área central do município. E o bairro Montanha é bastante distante para abrigar o Legislativo. Irno Gerson Gisch, Empresário

“Não concordo com a ideia de transferir a sede da câmara para o bairro Montanha. Acho que o deslocamento, em função dos poucos ônibus, ficaria prejudicado. Acho que quanto mais centralizado for, mais fácil o acesso” Estela Majolo, Professora

“A câmara de vereadores deve ficar no centro. O acesso é fácil. Se for mudar para um bairro distante, como no Montanha, os contribuintes que quiserem acompanhar a sessão vão precisar se adequar aos poucos horários de ônibus disponíveis.” Oilquer dos Santos, Funcionário público

“Eu sou contra. Acho necessário avaliar algumas questões. Por exemplo, os gastos. Com a mudança, os visitantes vão gastar mais com transporte para ir até o local. E se aqui já não tem muita gente assistindo, imagina lá. Franciele Schneider, Professora

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