A desistência da Associação Pró-Menor Encantado (AME) em gerenciar a área azul provocou o fim da cobrança do estacionamento rotativo desde o fim de abril. A partir disso, o município busca por outra instituição disposta a assumir o serviço. Sem prazos estabelecidos para o reinício do sistema, a falta de vagas para automóveis gera debate na cidade.
O secretário do Planejamento, Roberto Turatti, esteve na câmara na segunda-feira para esclarecer dúvidas dos vereadores. Segundo ele, o município almeja a reativação da cobrança. “Não abandonamos o sistema e não tiramos nenhuma placa de sinalização.”
Conforme Turatti, há tratativas com duas empresas interessadas em assumir o serviço. O município não descarta a abertura de licitação. “Tudo depende do estudo de viabilidade dessas empresas”, ressalta. Para geração de lucro, uma das opções possíveis seria a expansão das vagas de cobrança e mudança no sentido oblíquo ou paralelo.
O vereador Cláudio da Silva contesta a decisão de suspensão dos serviços, com o prejuízo como argumento. “O objetivo do sistema não era lucrar, era organizar o trânsito do centro. Estava tudo funcionando bem”, diz.
Mesmo a favor da volta da cobrança, mostra-se descrente quanto à confirmação de interesse por parte de alguma empresa. “Todo mundo já sabe que não vai haver interessados (sic).”
Outros vereadores de situação, como Jonas Calvi, aguardam pelas tratativas do município com as empresas. Segundo ele, as decisões do Executivo são acompanhadas pelo Legislativo e consideram o parecer dos órgãos responsáveis, além do levantamento técnico do trânsito local.
Oblíquo ou paralelo
Outra discussão é a mudança do oblíquo para paralelo nas vagas de estacionamento da av. Padre Anchieta. A mudança ocorreu em janeiro.
Na época, comerciantes organizaram um abaixo-assinado com mais de 270 assinaturas, para impedir a alteração. Pesquisa da CDL apontou que 90% dos lojistas entrevistados se mostraram contrários à mudança das vagas.
O município prometeu rever a decisão, tomada entre o Conselho Municipal de Trânsito (Comtran) e do Departamento de Trânsito para facilitar o fluxo na área central. Na reunião de segunda-feira, Turatti descartou mudanças por enquanto.
“Alguns empresários temiam perder clientes, mas isso não ocorreu.” Segundo ele, seguem as melhorias identificadas em um estudo técnico feito no município.
Devolução de créditos
Na semana passada, a AME iniciou a devolução de valores obtidos pela compra antecipada de crédito. Para receber o ressarcimento, o motorista deve comparecer no Cras, na rua Duque de Caxias, centro.
Segundo o vice-presidente da instituição e secretário da Assistência Social, Enoir Cardoso, a retirada pode ocorrer até dia 30, com a apresentação de identidade e, se possível, documento do veículo. Sem a retirada do dinheiro, este será utilizado na manutenção dos serviços prestados pela AME.
De acordo com Cardoso, a desistência foi motivada por dificuldades financeiras, ocasionadas pela inadimplência e o recorrente desrespeito com funcionários. Só no primeiro trimestre deste ano, o sistema teve R$ 20 mil de prejuízo.
