A tarifa de água está mais cara para mais de 50 mil economias da região. Aprovado pelo conselho superior da Agergs, o aumento do preço cobrado pela Corsan chega a 7,6%. Hoje, a estatal tem contratos com 15 cidades do Vale. Em 2014, o reajuste foi de 6,04%.
Em todo o estado, o aumento atingirá mais de sete milhões de pessoas em 314 municípios atendidos pela estatal. Há outras 183 cidades cujo abastecimento de água é feito por empresas privadas ou municipais. Entre elas, Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Caxias do Sul.
Os novos valores da Corsan só serão aplicados às faturas emitidas a partir de 1º de julho. Com o aumento, a estatal projeta aumento da receita anual. Em 2014, ela foi de R$ 1,9 bilhão. Já em 2015 a previsão de arrecadação deve superar os R$ 2,1 bilhões em todo o estado.
Conforme documento encaminhado à Agergs, o índice aprovado se baseia na aplicação de “uma cesta de índices no cálculo de realinhamento tarifário anual.” O objetivo, segundo a direção da estatal, é compensar as perdas inflacionárias e atualizar a tabela tarifária vigente, “assegurando o equilíbrio econômico-financeiro da companhia.”
Com o reajuste, o preço médio do metro cúbico (m³) de água consumida nas residências passou para R$ 4,40. De acordo com dados mundiais, o gasto médio de água, tratada e encanada, é em torno de 5,4 m³ mensais por pessoa. Por exemplo, uma residência com quatro moradores terá seu consumo estimado em 22m³ e pagará em torno de R$ 96,80 por mês.
Hoje, junto com a companhia Saneatins, do estado de Tocantins, a Corsan cobra a tarifa por consumo. Outras empresas do ramo partem de uma cota fixa de consumo, independentemente de o usuário ter gasto ou não determinada medição de água.
Mesmo assim, o aumento gera críticas entre usuários. Morador do bairro Hidráulica, em Lajeado, o aposentado Omar Jung lembra da sequência de reajustes nas tarifas de energia elétrica. “Se compararmos com a conta de luz, a água aumentou pouco. Mas, mesmo assim, é uma vergonha.”
No Vale do Taquari, a Corsan abastece as cidades de Lajeado, Estrela, Encantado, Arroio do Meio, Arvorezinha, Bom Retido do Sul, Boqueirão do Leão, Cruzeiro do Sul, Ilópolis, Marques de Souza, Nova Bréscia, Paverama, Putinga, Roca Sales e Taquari.
Nova ETE em Lajeado
Com mais de 28 mil economias interligadas em Lajeado, a Corsan estima uma receita média de R$ 1,5 milhão por mês. Com o reajuste, o valor arrecadado será próximo de R$ 1,7 milhão. De acordo com o gerente da estatal no município, Alexander Pacico, o aumento da tarifa não trará novos benefícios a curto prazo.
“O reajuste é necessário para equilíbrio e recuperação dos gastos que aumentaram, como energia elétrica, por exemplo.” Segundo Pacico, as obras de melhoria e ampliação da rede ocorrem paralelamente aos reajustes.
O gerente antecipa algumas obras previstas na maior cidade do Vale do Taquari. Nos próximos dias, deve iniciar um investimento de R$ 2,5 milhões para troca de dez quilômetros de rede adutora. Entre as vias beneficiadas, cita as avenidas Benjamin Constant e Beira Rio. “Ainda estamos decidindo os principais locais”, sustenta.
Pacico confirma ainda a intenção da estatal de instalar uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Ele não confirma o local e tampouco os custos. Mas garante que a estrutura será maior em relação à ETE construída na av. Castelo Branco. “Ela será muito maior e com condições de atender bairros e centro.” Um dos locais previstos fica próximo da Sucatas Wiebelling, na av. Beira Rio.
Certel anuncia aumento
Os valores ainda não estão confirmados. Mas a direção da Certel Energia confirma reajuste tarifário para junho. A previsão é iniciar com a nova cobrança a partir do dia 26. Já as bandeiras tarifárias serão aplicadas na cooperativa a partir de 1º julho.
No mesmo período do ano passado, os consumidores associados da Certel Energia comemoraram redução média de 6,6% das tarifas. Para os consumidores de alta tensão, a diminuição foi de 2,9%, e aos de baixa tensão, 8,6%. A empresa atua em 48 municípios dos vales do Taquari, Rio Pardo, Caí, Paranhana e Serra.
Comparativo com estatais e empresas privadas e municipais
Sabesp | São Paulo | 22,70%
Caesb | Distrito Federal | 16,20%
Copasa | Minas Gerais | 15,04%
Sanepar | Paraná | 12,50%
Caern | Rio Grande do Norte | 10,28%
Odebrecht Ambiental* | Uruguaiana | 9,59%
Compesa | Pernambuco | 8,35%
Comusa* | Novo Hamburgo | 8,13%
Samae* | Caxias do Sul | 7,76%
Corsan | Rio Grande do Sul | 7,66%
Sanep* | Pelotas | 6,59%
Cedae | Rio de Janeiro | 4,50%
Dmae* | Porto Alegre | 3,69%
* Privadas ou municipais
