União retarda repasses e obra atrasa

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União retarda repasses e obra atrasa

Construtora responsável pelos 448 apartamentos protela entrega para o ano que vem

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A maior obra habitacional em andamento no município será concluída com atraso. A construção de 448 apartamentos pelo programa do governo federal Minha Casa Minha Vida começou em janeiro de 2014 e deveria terminar em 18 meses. Mas a direção da ALM Engenharia e Construções, de Venâncio Aires, avisa que a conclusão deve ocorrer só em maio de 2016. Hoje, está 61% pronta.

Crédito: Rodrigo MartiniDe acordo com o diretor da empresa, Luiz Paulo Assmann Júnior, o protelamento da conclusão se deve aos recorrentes atrasos nos repasses de valores. Segundo ele, os recursos demoram entre 35 e 40 dias para chegar. “Isso dificulta a plena atividade das construtoras e faz com que as empresas tenham que fazer um grande esforço no sentido de atenderem os compromissos.”

Júnior comenta que o atraso “efetivamente” atrapalha o andamento dos serviços e também começa a comprometer o fornecimento dos materiais por parte dos fornecedores. “Ainda compromete a pontualidade do pagamento aos empreiteiros terceirizados, que prestam serviços nas obras”, comenta.

Ele confirma a previsão de entregar os dois empreendimentos só na metade de maio de 2016. A ideia inicial era finalizar tudo até o início do segundo semestre de 2015. O investimento total nas obras é de R$ 27 milhões. Com as vagas no residencial, a previsão é reduzir em 40% o déficit de moradias. Hoje se estima que são 1,2 mil famílias necessitadas.

Seleção de famílias

Conforme a secretária de Habitação (Sthas), Ana Reckziegel, o governo municipal já encaminhou para a CEF a lista das 448 famílias inscritas. “Aguardamos agora o retorno para ver quem foi ou não contemplado. Todo esse tramite deve ocorrer até agosto”, sinaliza. Uma empresa deve iniciar logo um trabalho de socialização com os beneficiados.

A partir do dia 8 de junho, a Sthas pretende disponibilizar em diversos espaços públicos a lista das famílias inscritas. O objetivo, segundo a secretária, é dar transparência ao processo e garantir uma fiscalização popular. “Será uma chance para divulgar quem são os beneficiados e para a populção realizar qualquer denúncia, caso percebam alguma família que já possui imóvel.”

Saiba mais

Os contratos entre o governo municipal, a Caixa Econômica Federal (CEF) e a construtora foram assinados em dezembro de 2013. Um dos contratos é referente a edificação de 18 blocos com 16 apartamentos cada numa área de 19,58 mil metros quadrados, no bairro Santo Antônio, com investimento de R$ 17,2 milhões.

Já o outro contrato prevê aplicação de R$ 9,6 milhões na construção de dez prédios com 16 apartamentos cada, no mesmo bairro, em uma área de 13,71 mil metros quadrados. São esperadas mais de duas mil pessoas para ocupar os dois conjuntos habitacionais populares.

As mensalidades das 448 famílias com a CEF terão um teto de R$ 80. A maioria pagará entre R$ 20 e R$ 50 durante dez anos, referente a 5% da renda familiar. Os contemplados precisam ter uma renda de até R$ 1,6 mil, não ter imóvel no nome, ser maior e estar no Cadastro Único.

Pelo projeto, os apartamentos dos residenciais Novo Tempo e Novo Tempo II medem 50,76 metros quadrados, divididos em dois quartos, banheiro, área de serviço, sala e cozinha conjugada. Cada um terá direito a uma vaga de estacionamento para carro e haverá vagas para motos distribuídas pela área de uso comum.

Haverá ainda uma estação de tratamento de esgoto por condomínio, local para coleta de resíduos sólidos e orgânicos, quatro quiosques, salão de festas e quadra de futebol de areia. Alguns apartamentos serão equipados para atender portadores de deficiência física.

Corte de R$ 5,1 bi da União

O governo federal anunciou nesta semana o corte de R$ 5,1 bilhões do Minha Casa Minha Vida. Júnior demonstra preocupação, mas acha precipitado prever qualquer problemas no andamento das obras dos conjuntos habitacionais. “Por enquanto não se tem o exato conhecimento de quais obras o governo poderá restringir os valores. Esperamos que como se trata de obras em fase adiantada de construção, que estes empreendimentos não sejam prejudicados.”

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