Chuva reduz e afasta risco de enchente

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Chuva reduz e afasta risco de enchente

Volume excessivo de água provocou alagamentos em pontos isolados nessa quarta

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Análise das coordenadorias municipais da Defesa Civil afasta a possibilidade de enchente para esta semana na região. Contudo o excesso de chuva registrado nas últimas horas provocou transtornos em diversas cidades, com bueiros entupidos e acúmulo de água sobre as estradas. No campo, produtores contabilizam atrasos no plantio em virtude do tempo instável.

Crédito: Rodrigo MartiniDe acordo com dados do Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates (CIH), o acumulado desde sábado chega a 111 milímetros (mm) em Lajeado. A quantia se aproxima do total previsto para todo o mês. Apenas ontem, foram 64,5 mm na cidade. Em Estrela, segundo relatório da MetSul Meteorologia, a precipitação dessa quarta-feira atingiu o volume de 62 mm, em Encantado, 58mm, em Cruzeiro do Sul, e Teutônia, 57mm.

Sistemas de escoamento da água não conseguiram dar vazão e ruas ficaram parcialmente encobertas. Tal transtorno ocorreu, por exemplo, em ponto da rua Bento Rosa e das avenidas Décio Martins Costa e Beira Rio, em Lajeado. Na rua Edvino Henrique Bergmann, proximidades da ERS-130, uma caminhonete ficou atolada em barro proveniente de uma obra pública.

A grande quantidade de chuva elevou o nível de afluentes do Vale do Taquari, como o Arroio Sampaio. O córrego, que cruza os municípios de Santa Clara do Sul, Sério, Mato Leitão e Cruzeiro do Sul, transbordou em diversos locais, chegando a campos e lavouras. Apesar disso, nenhum prejuízo foi registrado nestas cidades.

O nível do Rio Taquari permanecia dentro do normal até a tarde dessa quarta-feira, entre os 13 e 14 metros em Lajeado. Estimativa do coordenador local da Defesa Civil, Gilberto Schmidt, é de mais três metros de elevação. Mesmo assim, descarta o risco de enchente para a região. “Pode ter chovido forte em alguns pontos, mas isso é insuficiente para causar uma cheia.”

Segundo estudo da Defesa Civil, realizado no ano passado, a invasão de água às moradias começa quando o nível do Rio Taquari chegar a 20 metros e 10 centímetros. Aos 19 metros, relata Schmidt, equipes de socorro iniciam os preparativos para retirar as famílias das áreas de risco.

Coordenador regional do órgão, Ricardo Accioly Gerhard, coleta dados em diferentes cidades situadas na Bacia Taquari/Antas e mantém a análise sobre as condições do tempo. Enaltece o cadastro de voluntários para auxiliar em eventuais cheias e indica aos interessados entrar em contato com as coordenadorias municipais para se colocar à disposição. “Não adianta deixar para a última hora. Precisamos estar preparados.”

A última cheia no Vale do Taquari ocorreu em outubro do ano passado, de acordo com o CIH da Univates. Na época, o acumulado de chuva chegou a 150 mm. A instituição aponta que diversos fatores são determinantes para ocorrer uma enchente, desde as condições do solo (seco ou encharcado), distribuição das precipitações e volume registrado nas cabeceiras.

Benéfica para pastagens, ruim para o trigo

A sequência de dias chuvosos prejudica diversas culturas desta época, em especial do trigo. A semeadura do cereal está atrasada em virtude da umidade elevada da terra. Conforme o assistente técnico da Emater Regional de Lajeado, Marcos Schäefer, produtores devem ter cuidado e evitar o plantio em solos encharcados, o que pode resultar em problemas na germinação.

As precipitações ainda não provocam prejuízos na citricultura, cuja colheita iniciou nas últimas semanas. “Apenas atrapalha o serviço, pois é preciso apanhar as frutas maduras.” Segundo Schäefer, apesar disso, as chuvas são benéficas para o desenvolvimento das pastagens de inverno, destinadas a alimentar o gado leiteiro e de corte. Quanto ao cultivo de hortaliças, a umidade é considerada boa para quem cultiva as plantas sem proteção.

Estação de variação no tempo

Há uma semana, o Vale do Taquari registrou temperaturas próximas a casa dos 30ºC, durante o chamado veranico de maio. Ontem a máxima chegou a 18,7ºC, segundo medição da Univates. Tal variação no tempo é comum durante o outono, observam as auxiliares técnicas do CIH Fabiane Gerhard e Carolina Heinen.

De acordo com elas, o Rio Grande do Sul fica em uma zona de transição climática. Assim, variações das condições do tempo são normais, uma vez que há a influência de diversos sistemas atmosféricos.
Na semana passada, uma massa de ar seco e mais quente atuou sobre o estado e formou uma espécie de bloqueio atmosférico, impedindo o avanço de frentes frias e instabilidades.

Com isso, houve uma semana ensolarada e com temperaturas mais elevadas. Entre o fim do sábado e domingo, uma frente fria conseguiu romper esse bloqueio e provocar o retorno da chuva, além de temperaturas mais amenas.
Na segunda-feira, esse sistema frontal se afastou do território gaúcho, mas ainda permaneceu a circulação de umidade e por isso houve predominância de nuvens.

Instabilidade perde força

Hoje – Nuvens seguem presentes e há condições para pancadas de chuva, mas com volumes menos significativos. Mínima fica em 15ºC e máxima em 19ºC.

Amanhã – Instabilidades se afastam em direção ao Litoral, mas tempo permanece úmido. Por isso, ocorrerem períodos de maior nebulosidade com chance de chuva fraca e isolada. Temperaturas variam de 12ºC a 21ºC.

Sábado – Ar mais seco e frio ingressa no Estado e firma o tempo no Vale. Sol volta a aparecer por mais tempo. Dia começa com temperatura amena e esquenta à tarde. Mínima de 12ºC e máxima de 21ºC.

Domingo – Sol deve predominar na região. Ao amanhecer ainda pode haver sensação de frio, mas a tarde volta a ser agradável. Previsão indica mínima de 11ºC e máxima de 22ºC.

OBS.: Para a parte Alta do Vale do Taquari, no fim de semana, as temperaturas devem ficar mais baixas que as apontadas acima.

FONTE: CIH, Univates

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