Deslizamentos de terra ameaçam residências

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Deslizamentos de terra ameaçam residências

Laudo de vistoria será apresentado à Defesa Civil

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) finalizou ontem o laudo técnico de vistoria de uma área de risco no bairro Conservas. Moradores esperam faz quatro anos por medidas municipais para evitar o deslizamento de um barranco em área pública. Com apoio da Defesa Civil, grupo buscará soluções para garantir segurança das famílias.

Crédito: Renata AgostiniO terreno em declive fica aos fundos de residências, na rua João Avelino Maria. Em um trecho de cerca de 50 metros de extensão, há mais de seis residências que podem ser atingidas por pedras ou parte da terra.

Dentre as moradoras mais próximas está a faxineira Terezinha Lúcia Braun, 48. Ela recebeu a área ao lado do barranco de herança, onde reside desde que nasceu. Mora com a filha de 13 anos. “Não sei mais o que fazer. Toda vez que chove bate um desespero”, diz.

Segundo ela, a água da chuva facilita o escoamento de terra e pedras. Assustada com a possibilidade de deslizamento e sem ter outro lugar para morar, recorre ao município. “Já pedi ajuda mais de dez vezes. Eles vêm, vistoriam e não fazem nada”, reclama.

Terezinha acredita que a construção de um muro amenizaria o perigo. Mesmo assim, não tem dinheiro para realizar a obra sozinha. Ela e outros vizinhos, como a dona de casa Renata Rodrigues Marques, cobram atitude municipal.

Com uma filha de 9 meses, se preocupa com a segurança. “Sempre que chove descem pedras, mesmo que pequenas.” No pátio da vizinha, há uma rocha com cerca de um metro diâmetro.

Muro não garante a segurança”

Secretário da Sema, José Francisco Antunes, recebeu ontem o laudo técnico. A vistoria ocorreu na terça-feira. Segundo ele, a construção de um muro, como pedido por moradores, está descartada pelo fato de não ser possível entrar com maquinário no terreno. “Muro não garante a segurança”, diz.

Nesta semana, o secretário enviará o laudo à Defesa Civil para identificar soluções. “Ou faremos uma obra que de fato dê segurança ou famílias precisarão ser realocadas.” Uma das alternativas cogitadas é o estudo de direcionamento da água da chuva no local e o plantio de grama diferenciada.

Um dos moradores, residente do topo do barranco, já foi orientado a deixar o local. Conforme Antunes, ele receberá apoio da Secretaria de Trabalha Habitação e Assistência Social (Sthas) com auxílio aluguel ou busca por nova moradia.

Problema recorrente

Estudo feito em 2012 pelo Ministério de Minas e Energia aponta para a existência de mais de 3,3 mil pessoas vivendo em áreas de risco em Lajeado. São mais de 831 moradias, em bairros como Santo Antônio e área central.

O bairro Conservas está entre os mais afetados, somando cerca de 70 residências ameaçadas de desabamento por deslizamento de terra. Conforme o estudo, o problema afeta de forma direta cerca de 280 habitantes.

O município relata dificuldade em retirar as famílias das áreas e falta de recursos para atender a demanda de forma imediata. Por vezes, as construções irregulares agravam o problema, ao ampliar o número de pessoas em áreas de risco ou local inadequado.

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