Sobram vagas, mas falta verba à Central

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Sobram vagas, mas falta verba à Central

Custo de manutenção superior a R$ 140 mil ameaça continuidade dos atendimentos

Uma semana após comemorar o aniversário de 29 anos de fundação do Centro Regional de Tratamento e Recuperação do Alcoolismo (Central), a direção da clínica enfrenta problemas financeiros e pede auxílio da comunidade. Conforme avaliação do Corpo de Bombeiros, a estrutura carece de melhorias. O orçamento é de R$ 35 mil.

Crédito: Rodrigo MartiniPais, amigos, ex-internos, membros do Ministério Público (MP), entidades municipais da área da saúde e vereadores foram chamados para uma reunião amanhã, a partir das 19h15min, na sede da Central. Todos receberão boletos para doações. O objetivo do encontro, segundo o administrador da clínica, Ademir Becker, é sensibilizar a comunidade para os problemas financeiros.

“Precisamos investir. E estamos com poucos pacientes, pois há muitos municípios que não encaminham para nós. Precisaríamos de uma média de 60 para cobrir os custos”, salienta. No momento, descarta qualquer possibilidade de fechamento da Central, que já atendeu 230 pessoas só em 2015.

Hoje, 45 internos são atendidos na clínica que tem vaga para 85 pacientes. São 12 leitos femininos. A Administração Municipal de Lajeado é a única com convênio permamente firmado. Garante R$ 24,7 mil por mês para tratar dez pessoas. “Qualquer doação, seja de dinheiro ou material, é bem-vinda”, observa o administrador.

Becker pede auxílio de outros municípios. “Pedimos até para a Câmara de Vereadores de Lajeado encaminhar ofícios para os prefeitos, solicitando convênio com a clínica”, comenta.

Reforma de salas, da Unidade de Desintoxicação, dos banheiros, das poltronas do auditório, pintura de salas e aquisição de colchões, roupa de cama e edredons são citados como principais necessidades.

De acordo com o administrador, 26 profissionais atuam na clínica, gerando um custo pessoal de R$ 45 mil com a folha salarial. Por mês, a Central custa cerca de R$ 145 mil. As receitas costumam atingir a mesma cifra. “Mas varia muito. Tem meses que a receita fica abaixo e gera déficit. Queremos agir antes que o problema fique ainda maior.”

Exigências dos bombeiros

A direção da clínica precisa atender série de exigências do Corpo de Bombeiros até março de 2016 para garantir a renovação do plano de combate a incêndio. Os custos estimados em R$ 35 mil incluem investimentos em iluminação de emergência, detectores de fumaça, adaptação de saídas de emergência, acesso viaturas de bombeiros, sistemas automáticos de controle de incêndios entre outros.

R$ 3,4 mil por paciente

Cada internação custa R$ 3,4 mil para a família ou responsável pelo paciente. Eles ficam entre 35 e 42 dias sob cuidados da equipe médica da clínica. Segundo Becker, menos de 30% conseguem se recuperar do vício na primeira internação. A taxa é superior a média nacional.

Não há índices precisos. Mas estimamos que de dez pacientes, só três conseguem a recuperação”, salienta. Na clínica, o custo de cada paciente é de R$ 2,8 mil para a clínica. O valor é referente a alimentação e medicação do interno.

Saiba mais

• A média de idade dos internos na Clínica Central é de 35 anos;

• Entre os internos, 35% são alcoólatras e 65% são dependentes químicos;

• Dos 65% dependentes químicos, 40% são viciados em cocaína e 60% em crack;

• O interno mais velho da história da Central tinha 84 anos;

Desde 1986, a clínica já tratou 19.310 pacientes. Em 2014 já foram 676;

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