Reunião com EGR frusta líderes do Vale

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Reunião com EGR frusta líderes do Vale

Nova diretoria da estatal não confirmou investimentos reivindicados pelo Corepe

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A primeira reunião entre a nova direção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e o Conselho Comunitário das Regiões Pedagiadas (Corepe) desapontou líderes do Vale do Taquari. “Não tem dinheiro para obra”, resumiu o diretor técnico da empresa pública, Milton Cypel.

Crédito: Leonardo HeislerO encontro ocorreu ontem, em Muçum. Prefeitos e secretários cobraram investimentos nas rodovias abrangidas pelos pedágios de Cruzeiro do Sul, Encantado e Boa Vista do Sul. Algumas melhorias com mais de 20 anos de espera.

Cypel respondeu aos pedidos da mesma forma adotada pelo governo estadual: os investimentos esbarram na crise financeira. Até os projetos considerados certos ficam indefinidos. Prevista para ser licitada em abril, a reformulação da rótula do Posto do Peteba, em Encantado, sequer tem edital concluído. O investimento previsto chega a R$ 2,3 milhões.

Segundo o diretor técnico, as obras viáveis serão anunciadas pelo secretário estadual dos Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen. Nesse pacote, se espera a inclusão da reformulação da rótula e do acesso lateral ao bairro Santa Clara; o alargamento de um trecho da ERS-130, perto do CTG de Cruzeiro do Sul; o trevo de Boa Vista do Sul e uma estrada lateral em frente à BR-Foods, em Lajeado, com a participação da administração lajeadense.

Para o presidente do Corepe, Luciano Moresco, esse trabalho comunitário fica ameaçado com o envolvimento de política. “Estamos no quinto mês do novo governo e temos ouvido falar de que há uma crise. Isso não é novo, tem pelo menos 20 anos.”

Para Moresco, uma empresa pública não pode se comparar à situação do Estado, pois tem fontes próprias de arrecadação. Para ele, é inadmissível que se misturar as ações da EGR com o governo de José Ivo Sartori.

De acordo com a presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini, o trabalho do Corepe foi minimizado na reunião. “Isso nos preocupou bastante.”

Diante da falta da apresentação de um cronograma para atender necessidades apontadas em 2014, Cíntia pediu para a EGR dar atenção ao planejamento. “Se não tem dinheiro agora, precisamos colocar no cronograma para sabermos quando os investimentos serão realizados.”

Outro encontro deve ser confirmado para o dia 14 de julho, na Câmara de Vereadores de Lajeado. O Corepe pede à EGR um cronograma de obras.

Duplicação

Um dos empecilhos apontado pela EGR é a duplicação da RS 129/130, trecho Muçum/Venâncio Aires. Municípios investiram na elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTA), mas não têm respostas.

Para Cypel, a falta de dinheiro afasta qualquer previsão. O custo chega a R$ 4 milhões por quilômetro, totalizando R$ 160 milhões. Prefeitos admitem a insuficiência de dinheiro só pela arrecadação de pedágios e pedem contrapartida do Estado.

Nesse trecho, outra negativa da estatal frustou quem esteve presente na reunião: há intenção de a EGR repassar a responsabilidade do trevo de Arroio do Meio para a administração municipal.

Sobram R$ 10 milhões para o Vale

A EGR assumiu a concessão das rodovias há quase dois anos. Desde então, poucos serviços de manutenção foram realizados pela estatal. Entre eles, a troca do pavimento em 3,6 quilômetros no trecho urbano de Lajeado, em outubro de 2014, o trevo de Westfália e a reformulação do acesso ao bairro Boa União, em Estrela. Em 2014, pedágios da região arrecadaram R$ 8 milhões a mais do que foi investido. Em 2015, até março, o saldo chega a R$ 2 milhões no caixa.

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