Assembleia confirma greve em hospital

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Assembleia confirma greve em hospital

Proposta da direção de 7,6% foi considerada insuficiente por mais de 70 funcionários

Trabalhadores do Hospital Santa Terezinha, de Encantado, iniciaram greve nesta semana. Na segunda-feira, após assembleia realizada com a presença de mais de 70 profissionais da área técnica de enfermagem, foi recusada a proposta pela patronal de aumentar em 7,68% os salários. O sindicato representante (Sindisaúde) dos servidores exige reajuste de 16%.

Crédito: Renata AgostiniDesde a semana passada, os funcionários da casa de saúde estavam em estado de greve, que inicia 72 horas após a notificação encaminhada ao hospital. “Também fomos até a câmara de vereadores buscar apoio dos parlamentares. E eles se mostraram solidários com nossa reivindicação”, sustenta o presidente do Sindisaúde, Roberto de Souza.

Segundo ele, muitas pessoas ainda acreditam que os profissionais da enfermagem são bem remunerados. “Hoje os técnicos recebem cerca de R$ 1,3 mil. Queremos aumento de 16%, caso contrário estaremos recebendo menos que o piso regional logo adiante”, afirma. Conforme o presidente, apenas a “boa vontade” da patronal pode impedir outras greves.

Souza informa que o sindicato encaminha ofícios ao Legislativo, ao Conselho Municipal de Saúde, ao Hospital Santa Terezinha e ao Ministério Público. Para as próximas semanas, estão previstas novas assembleias em outros hospitais do Vale do Taquari. As reivindicações são as mesmas.

Abertos à negociação

Assistente administrativa do Hospital Santa Terezinha, Marilene Daltoé, afirma que a instituição segue aberta às negociações com o sindicato. No entanto adianta que as dificuldades financeiras impostas pelo corte de repasses do Estado diminuiu as receitas e impossibilita determinados aumentos de salários. “A conta não vai fechar. E vamos seguir determinações da nossa patronal.”

Reclama de alguns repasses cortados, entre eles incentivos que compensavam a defasagem dos valores pagos pelo SUS. Sobre a greve instaurada no hospital, ela mantém cautela. “Fomos notificados agora há pouco. Vamos estudar com nossa equipe jurídica.” Segundo ela, ainda é cedo para informar qual será a posição do hospital diante da greve.

Situação no Vale

Souza comenta que a proposta do sindicato inclui como reajuste inicial a oferta dos hospitais, que é a reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 7,68% como primeira parcela do reajuste. O restante, calculado em 8,32%, podem ser pagos ao longo do ano.

Empregados dos hospitais Bruno Born, de Lajeado, São José, de Arroio do Meio, Estrela, de Estrela, e Ouro Branco, de Teutônia, também seguem em estado de greve até a realização das assembleias. “Os servidores de Encantado são exemplos para os demais. Precisamos valorizar nossa categoria”, frisa Souza.

HBB não atenderá pedido

A direção do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, adianta que dificilmente atenderá o pedido de reajuste de 16% feito pela categoria. De acordo com o presidente da instituição, Claudinei Fracaro, a entidade pagará o IGPM de 7,82%. “Não adianta prometer algo que não conseguiremos cumprir”, lamenta.

Segundo Fracaro, a crise é decorrente do corte de repasses por parte do Estado e da União. Em 2014, o HBB fechou o caixa com um prejuízo acima de R$ 5 milhões. No início do ano, a instituição precisou realizar um empréstimo bancário para custear a folha de pagamento. A previsão é que esta realidade permaneça em 2016.

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