Coreanos estudam aplicar R$ 250 milhões

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Coreanos estudam aplicar R$ 250 milhões

Fábrica de folhas de flandres no RS demanda área de 100 mil metros quadrados

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Vale do Taquari – Um grupo de empresários sul-coreanos e gaúchos confirma a instalação de uma fábrica de folhas de flandres no Rio Grande do Sul. Será a segunda no país atuando neste ramo. Um dos idealizadores do projeto não descarta a escolha por uma cidade da região. Presença de um modal hidro-ferroviário é um dos critérios analisados pelos investidores e governo de Lajeado confirma contato.

DivulgaçãoDarci Giovanella, gerente da Construtora Giovanella, é um dos investidores da Nenzo Industrial S/A. A empresa fornecerá aço estanhado utilizado em embalagens pela indústria alimentícia. Segundo ele, a matéria-prima será importada da Coreia do Sul.

“A previsão é importar 150 mil toneladas por ano. A mesma quantidade será industrializada e vendida. Com isso, estimamos uma movimentação anual de 300 mil toneladas”, anuncia.

O investimento inicial previsto pelo grupo é de R$ 240 milhões. Além de Giovanella, participam do investimento o presidente da empresa Shin-Hwa Silup, J.K. Shin, o empresário Victor T. Hur, sul-coreano naturalizado brasileiro, entre outros. “Há uma relação de negócios entre nossa família e esse grupo que perdura desde a década de 80. Esta é a segunda tentativa de implantar essa empresa”, cita.

Este empreendimento conjunto deve gerar em torno de cem empregos diretos e outros cem indiretos. Nessa quinta-feira, os empresários participaram de uma audiência no gabinete do vice-governador, José Paulo Cairoli. A intenção é garantir para a Nenzo Industrial a concessão de incentivos fiscais por meio do enquadramento no programa Fundopem/Integrar.

“Este é um importante investimento para o estado. A decisão está tomada e agora vamos trabalhar para viabilizar a instalação, faltando apenas a escolha do local”, diz o vice-governador. Giovanella destaca a importância do apoio estadual. “Um dos critérios para a escolha pelo estado é o posicionamento do governo.”

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), Fábio Branco, o investimento foi captado pela equipe técnica da Sala do Investidor. “Daremos apoio ao longo do processo de instalação da empresa. Isso iniciou com a inscrição na Junta Comercial e segue com a concessão de incentivos pelo Fundopem/Integrar, a ser analisado em reunião do Conselho.” A meta é atender as demandas da empresa em três meses.

Indefinição de local

O grupo de empresários precisa indicar o local do empreendimento em 90 dias. “O Vale do Taquari não está descartado. Mas ainda é muito cedo para qualquer anúncio. A negociação está em aberto.” A construção da fábrica, conforme estimativas dos investidores, pode levar cerca de dois anos.

Giovanella enaltece a localização do estado, considerada estratégica pela proximidade com os países do Mercosul. Segundo ele, Argentina e Uruguai importam 100% da matéria-prima que será produzida pela empresa. “A intenção é abocanhar cerca de 20% do consumo interno brasileiro e também exportar para países vizinhos.”

Entre os critérios para escolha do município-sede está a proximidade com um porto fluvial. A estrutura localizada em Estrela e vista com “bons olhos” pelos investidores. “É necessário esse modal para otimização dos trabalhos. Tanto pelo volume como pelo peso da matéria-prima.”

O empresário reitera que a planta necessita de uma área de pelo menos cem mil metros quadrados.

Tratativas com Lajeado

O governo lajeadense tenta pela segunda vez encaminhar a instalação da fábrica dentro do município. A primeira negociação ocorreu em 1998. Mas em função de mudanças no mercado internacional o empreendimento emperrou. “A administração tinha todo o interesse e nos ajudou. No entanto a situação econômica na época impediu o avanço.”

Havia até uma área reservada às margens da ERS-130, no bairro São Bento. O projeto e a planta eram idênticos ao empreendimento atual. “Agora o mercado nacional está aquecido. A previsão para este ano é de um consumo superior a 700 mil toneladas”, comenta o empresário.

De acordo com o secretário de Governo de Lajeado, Auri Heisser, houve conversa informal entre investidores e administração municipal. “No momento, o governo aguarda pela visita dos empresários para que formalizem o pleito.” Ele afirma que há terreno com tamanho aproximado àquele solicitado pelo grupo, mas observa a necessidade de avaliar os impactos ambientais.

Saiba mais

• Hoje, o mercado brasileiro consome em torno de 700 mil toneladas de flandres por ano;

• Em 2014, as importações totalizaram 210 mil toneladas no Brasil, o que representou 35% do total;

• Só a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) produz flandres atualmente no país;

• A planta será igual as fábricas instaladas na China, na Coreia do Sul e na Colômbia;

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