Férias de cinco profissionais do Programa Mais Médicos e o pedido de desvinculação de uma médica obriga a Secretaria da Saúde (Sesa) a elaborar uma estratégia de atendimento. Com seis clínicos gerais a menos, alguns postos tiveram os serviços reduzidos.
No bairro Morro 25, a saída da médica deixa a comunidade sem atendimento faz um mês. A profissional pediu demissão após ser chamada para fazer residência em pediatria na capital. “Foi algo não planejado, que nos pegou de surpresa”, diz o secretário da Saúde, Glademir Schwingel.
Segundo ele, mesmo que a redução no quadro de clínicos seja momentânea, provoca prejuízo diante da queda no total de consultas diárias. Na semana passada, o médico coordenador das equipes da secretaria foi deslocado para atender em um turno posto do Morro 25. Para preencher a vaga em aberto, a Sesa espera até quarta-feira a resposta de três profissionais que mostraram interesse em atender na rede pública municipal.
Caso a resposta seja negativa, diz o secretário, médicos de postos com menor procura podem ser transferidos. “O problema é temporário. Com a volta dos clínicos de férias, essa deficiência será corrigida”, acredita Schwingel.
As férias dos médicos do programa federal é regulada pelo Ministério da Saúde. Desse modo, a organização do período não depende do governo municipal. Em Lajeado, há um organograma definido para a saída dos clínicos. Eles ficam de dez até no máximo 20 dias sem trabalhar. Todos os médicos em férias são de Cuba.
Baixa procura
Segundo Schwingel, o período do ano não é propício para contratar médicos. “A maioria já está no mercado. Foram contratados por municípios ou hospitais. Isso dificultou a reposição da médica que saiu”, relata.
Em março do ano passado, houve problema parecido. Na ocasião, sete médicos tinham pedido exoneração ao município. A saída provocou uma redução de mil consultas por semana. As contratações de médicos para atuar na cidade são feitas por uma empresa terceirizada. Lajeado tem cerca de 40 clínicos que atendem pela rede municipal.
Levantamento do Cremers feito em 2013 mostra que cerca de 25,5 mil profissionais exercem a atividade no estado. São 17 mil especialistas e pouco mais de oito mil clínicos gerais (maior necessidade do interior). Porto Alegre é a cidade com mais médicos (12 mil), 48% do total. No SUS, os usuários contam com quatro vezes menos profissionais do que no setor privado.
Renovação de receita
Uma das principais críticas dos moradores do Bairro Morro 25 é a dificuldade de fazer a renovação das receitas médicas. Conforme a Sesa, a equipe de saúde dos bairros registra os pedidos e encaminha para a secretaria. Com isso, um médico faz a renovação depois de analisar o prontuário.
