Morte de ciclista expõe riscos da BR-386

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Morte de ciclista expõe riscos da BR-386

Lajeadense foi atropelado por dois carros enquanto atravessava a rodovia federal

oktober-2024

Lajeado – José Vanderlei da Rosa, 54, é o quatro ciclista morto no trecho urbano da BR-386, desde 2011. Morador do bairro Hidráulica, ele foi atropelado em frente à Apomedil, nessa quinta-feira, por volta das 19h.

03Ao atravessar a rodovia, Rosa foi atingido por um Fiat Stilo, de Soledade. Com a colisão, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a vítima foi arremessada para outra pista, onde foi atropelada por um Gol, de Estrela. Rosa foi encaminhado ao Hospital Bruno Born (HBB), mas não resistiu.

Conforme a PRF, mais de 15 mil veículos trafegam todos os dias pelo trecho. Atropelamentos com mortes acontecem todos os anos. Com alto número de empresas instaladas às margens da rodovia, é constante o fluxo de pedestres e ciclistas.

Mais mortes por atropelamento

Astor Espich, 55, morreu em 2011, após ser atingido no acostamento da BR-386, próximo ao Posto Codorna, no bairro Conventos. No ano seguinte, um homem morreu atropelado quando trafegava no acostamento rodovia, em Lajeado, nas proximidades do entroncamento com a ERS-130. Em 2013, outro ciclista foi morto. Dessa vez, em frente à empresa Areia do Vale, em Estrela.

Em setembro de 2014, a Administração de Lajeado e a Associação Pedalajeado solicitaram ao Dnit, a instalação de uma ciclovia na zona urbana da rodovia. No entanto, não obteve resposta definitiva.

A Superintendência do Dnit informa que não há estudos sobre construção de ciclovias para as rodovias federais. Em nota, informou que “rodovias cobrem grandes distâncias, destinando-se a veículos automotivos. As ciclovias então seriam interferências urbanas, cuja demanda é mais ligada ao planejamento urbano dos municípios.”

Em trechos em que o crescimento das cidades engloba as rodovias federais, interferindo no fluxo de longa distância, o Dnit executa projetos para duplicação e adequação de capacidade das vias.

Nesses projetos, a segurança do fluxo, de acordo com o Dnit, são construídas passarelas, viadutos e vias marginais, evitando a interferência com o fluxo de longa distância.

Plano de mobilidade

Até o fim do ano, Lajeado e Estrela podem incluir ciclovia no Plano de Mobilidade Urbana, cada um até a divisa, na Ponte sobre o Rio Taquari. Com o projeto, é possível buscar recursos do governo federal. No entanto, ainda dependerá de autorização do Dnit.

Estrela deve lançar edital na próxima semana. Lajeado procura universidades interessadas no planejamento, devido à alta complexidade. Reunião entre responsáveis pelo Trânsito e Planejamento de ambos municípios acordou parceria na elaboração. As empresas ou universidades contratadas para elaborar o plano devem se reunir para avaliar o impacto no território vizinho.

De acordo com o coordenador municipal de Trânsito de Lajeado, Euclides Rodrigues, os especialistas devem se reunir antes de concluir o projeto. “Se Estrela projetar uma segunda ponte, por exemplo, temos que ser informados, pois impactará no trânsito de Lajeado.”

O número de pedestres atropelados indica a necessidade de uma pista de caminhada, separada da rodovia. Desde o início do ano foram três mortes.

26 ciclistas em 20 minutos

Reportagem do A Hora verificou, das 18h às 18h20min dessa sexta-feira, o tráfego de 26 ciclistas na Br-386, entre Lajeado e Estrela. Um deles se arriscou ao atravessar ambas as vias. A maioria utiliza esse meio de transporte para trabalhar. O servente Jhonatan da Costa, 21, afirma que é por economia. “Estrela e Lajeado são tão próximos. Não vale a pena pagar R$ 7 por dia em passagens de ônibus.”

Apenas três passarelas na região

A passarela em frente ao shopping foi construída em 2000, graças ao intermédio de empresários da cidade. Há outras duas no perímetro da BR-386 no Vale do Taquari. Uma delas também em Lajeado, no bairro Hidráulica, imediações da empresa Conpasul. A outra fica em Estrela, ligação entre os bairros Boa União e Imigrantes.

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