Novo administrador do Porto assume o cargo

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Novo administrador do Porto assume o cargo

Desafio é atrair empresários e investidores

O novo administrador do Porto de Estrela assumiu oficialmente o cargo na tarde de ontem. Antônio Carlos Busnello foi empossado numa cerimônia que contou com a presença dos coordenadores dos portos de Pelotas e Rio Grande. Ele tem como meta devolver a movimentação portuária registrada na década de 80, ainda no milênio passado. Em 2014, a estrutura foi a mais ociosa do Brasil.

Crédito: Rodrigo MartiniFiliado ao PMDB e conhecido pelo apelido de “Nico”, Busnello foi eleito vereador suplente em Encantado no pleito de 2012. Antes disso, atuava com empreendimentos responsáveis pela compra e venda de veículos. “Tenho experiência política e formação na área da logística. Me sinto apto para assumir as responsabilidades de um porto. Gosto de desafios”, diz.

O porto tem 12 funcionários. Segundo Busnello, é preciso investir na modernização e estruturação do local para retomar a credibilidade do modal junto aos empresários. “O empreendedor costuma investir a longo prazo. Então precisamos apresentar soluções a eles para daqui a 10 ou 20 anos. E isso só virá com investimentos.”

O novo administrador afirma que os coordenadores dos portos de Pelotas e Rio Grande ficaram impressionados com a estrutura. “O porto de Estrela está entre os melhores do país. O que falta é movimentação.” Lembra que os investimentos no modal são pífios faz anos e que retomar o crescimento não depende apenas dele. “É necessário um trabalho uniforme entre União, Estado, municípios e empresariado.”

Para exemplificar o desuso do transporte hidroviário, cita dados divulgados neste mês sobre a produção gaúcha. “Apenas 3% da nossa safra é transportada pelas hidrovias. Há um verdadeiro abandono do setor.”

Segundo ele, com a presença de Cristiano Nogueira da Rosa, vereador de Estrela, como diretor de Hidrovias da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), os investimentos no Rio Taquari podem ser mais frequentes. “São mais ou menos 80 quilômetros de baixo calado após a eclusa de Bom Retiro do Sul. Precisamos de mais frequência nas dragagens.”

O mais ocioso do Brasil

No ano passado, o Porto de Estrela emplacou uma triste liderança. Registrou os menores índices de aproveitamento entre todos os 33 portos organizados do Brasil. Há seis anos, a SPH registrava mais de 750 mil toneladas transportadas pelo Rio Taquari. O número baixou para 100,5 mil toneladas em 2014.

No Rio Jacuí, a movimentação foi de 1,1 milhão no ano passado. Conforme os dados divulgados pela Secretaria Especial de Portos do Brasil (SEP), a situação é ainda pior. Pelas estatísticas do governo federal, foram apenas 2,8 mil toneladas navegando pelo Rio Taquari nos últimos 12 meses. Em todos os 33 portos e terminais privados do país, foram 710 milhões de toneladas em 2014.

O pico máximo de movimentação do Porto de Estrela ocorre no fim dos anos 80. Em 1977, por exemplo, chegou a 1,3 milhões de toneladas por ano. Em 2012 foram só 328 mil. Em 2013, 180 mil toneladas.

Detalhes do Porto de Estrela

• Em 1987, 36 funcionários atuavam no local. Hoje são só 12;

• A construção do porto de Estrela demorou 23 meses e foi determinada pelo ex-presidente, Ernesto Geisel. A obra perdurou entre 1975 e 1977;

• Com 585 metros de extensão, o cais de acostagem possui seis berços para embarque e desembarque, além de dois armazéns graneleiros;

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