Aneel aprova aumento médio de 5,4% na tarifa da AES Sul

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Aneel aprova aumento médio de 5,4% na tarifa da AES Sul

Novo preço nas contas de energia elétrica afeta 1,3 mi clientes

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou novo aumento nas contas da AES Sul. As tarifas sobem em média 5,4% a partir de domingo, dia 19. O acréscimo é o quarto aprovado em quatro meses e atinge 1,3 milhão de clientes em 118 municípios gaúchos.

02Para as redes de baixa tensão a alta será de 4,3%, compreendendo unidades residenciais e comerciais. Já para as redes de alta tensão, utilizadas na indústria e em algumas atividades agrícolas, o aumento será de 6,9%.

Segundo a Aneel, os percentuais representam o limite máximo de reajuste que a concessionária pode praticar, mas a empresa tem autonomia para repassar acréscimos menores aos consumidores.

É a segunda alta seguida concedido para a AES Sul. Em fevereiro, a Aneel permitiu que a concessionária aumentasse a tarifa em 39,5%, em reajuste extraordinário. Na época, foi o maior acréscimo permitido a uma distribuidora de energia do país.

A agência justifica os aumentos alegando encarecimento da geração de energia. A redução das chuvas nos últimos meses provocou queda no volume dos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, as concessionárias tiveram que comprar eletricidade gerada em usinas termelétricas, de produção mais cara.

O novo acréscimo faz parte do reajuste ordinário anual concedido pela Aneel a todas as concessionárias. O cálculo inclui os custos da distribuição, corrigidos pelo IGPM, e encargos de transmissão que não acompanham o índice inflacionário.

Bandeiras ampliam impacto

Em janeiro, começou a funcionar o sistema de bandeiras tarifárias, que acrescenta à conta de luz valores extras referentes ao custo da geração de energia. O novo padrão é dividido em três faixas, de acordo com as condições apresentadas pelo setor.

Nos quatro primeiros meses do ano a tarifa cobrada foi a mais cara prevista, equivalente à bandeira vermelha, que representa o pior cenário para a produção de eletricidade. Em janeiro e fevereiro, a adoção do sistema representou 8,3% a mais nas contas de luz, uma vez que foi acrescentado R$ 3 para cada 100 quilowatts/hora consumido.

Em março, a Aneel aumentou ainda mais a tarifa das bandeiras e manteve a bandeira vermelha. O acréscimo por quilowatt/hora consumido passou de R$ 3 para R$ 5,50, aumento de 83% no valor da bandeira.

A bandeira amarela, que ainda não foi utilizada, iniciou o ano prevendo acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts/hora consumidos. Com o reajuste de fevereiro a tarifa da bandeira passou para R$ 2,50 a cada 100 quilowatts/hora.

A única faixa que não acrescenta valores na tarifa é a bandeira verde, que representa boas condições para a geração energética. Porém não há previsão do governo quanto à sua utilização.

Altas acima da inflação

Os aumentos em sequência nas tarifas de luz começaram após redução praticada em 2013. Na época o governo federal diminuiu os valores cobrados pelas empresas de distribuição em todo o Brasil, em índices que variaram de 18% a 32%.

Porém, em 2014, as tarifas começaram a sofrer aumentos bastante acima da inflação. No caso da AES Sul, o reajuste ordinário anual chegou a 30,3%, enquanto o IGPM acumulado nos 12 meses anterior ficou em 6,6%.

Os motivos alegados para o índice superior à inflação foram o acionamento de termelétricas e a compra de energia da usina de Itaipu, que tem o valor vinculado às variações do dólar.

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