Fórum debate convivência em prédios

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Fórum debate convivência em prédios

Animais doméstico e desrespeito ao horário de silêncio lideram queixas de vizinhos

Mais de 150 pessoas participaram ontem da primeira noite de palestras do 2ª Fórum Regional de Administração de Condomínios. Síndicos de diferentes cidades da região discutiram assuntos pertinentes à convivência. Temas como legislação, regras e informações sobre o desempenho na função norteiam as palestras.

01O evento, promovido pela Resolve Condomínios, integra a programação alusiva aos dez anos da empresa. Segundo o proprietário, Ricardo Diedrich, o fórum almeja treinar os síndicos, a partir da troca de experiências, o que pode contribuir para a solução de problemas recorrentes nos condomínios.

“As reclamações são diárias. Precisamos mudar isso”, enfatiza. Entre as queixas, cita o desrespeito ao regimento interno dos edifício. Problemas de convivência entre inquilinos devido aos animais domésticos e ao descumprimento do horário de silêncio lideram a lista de incomodações.

“Muitas vezes, as pessoas não se dão conta que estão prejudicando o vizinho. Tudo depende da educação de cada um”, diz. Diante disso, palestrantes repassaram dicas de tolerância, busca pelo bom senso e diálogo, como foi o caso da conselheira fiscal da Associação Gaúcha dos Advogados do Direito Imobiliário Empresarial (Agadie), advogada Cristiane Carvalho de Vargas.

Na primeira noite, o engenheiro civil, Rui Voldinei Pires, também tirou dúvidas sobre a gestão de reformas em condomínios. As atividades prosseguem a partir das 19h, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil).

O comandante do 4º Grupamento Regional dos Bombeiros de Santa Maria, tenente-coronel Luís Marcelo Gonçalves Maya, fala sobre prevenção de incêndios. O encerramento ocorre com a administradora de empresas, Sônia Mara do Nascimento, com uma palestra motivacional. A entrada é um quilo de alimento não perecível. As doações serão encaminhadas para entidades beneficentes da região.

É importante que todos se ajudem”

Síndico faz três anos, o lajeadense Gilmar Dresch participou do fórum para obter novas dicas de como auxiliar os vizinhos em uma convivência mais harmoniosa. “É importante que todos se ajudem.” Ao mesmo tempo, elenca práticas adotadas por ele, como a visita aos moradores novos, com a entrega do regulamento interno. Multas acordadas pelo grupo também auxiliam na redução de casos de má convivência.

Da mesma forma, a síndica Loiva de Campos busca formas de conscientizar os moradores. Dentre as reclamações mais frequentes, a circulação de animais no corredor, mudanças fora do horário permitido e barulho à noite lideram as queixas. Para inibir casos, publica cartazes no mural do prédio e conta com a fiscalização da área comum por câmeras de monitoramento. Mesmo assim, frisa a necessidade de cada um contribuir para uma boa convivência.

Profissional dá dicas para melhorar convivência

A primeira palestrante do evento foi a conselheira fiscal da Agadie, advogada Cristiane Carvalho de Vargas. Ela tratou sobre a convivência em condomínios com ênfase em animais de estimação. Abaixo, ela dá dicas de como viver em harmonia com vizinhos.

A Hora – Quais os principais problemas de convivência registrados em condomínios?

Cristiane Carvalho de Vargas – Especialmente o uso inadequado das áreas comuns e a permanência sozinha de animais nas unidades privativas, gerando barulhos constantes.

Como lidar com essas situações, sem gerar conflitos maiores?

Cristiane – É necessário manter regras claras na convenção de condomínio e regimento interno quanto ao uso de áreas comuns, tais como forma de circulação, limpeza de resíduos e aplicação de penalidades em caso de infração. Os moradores também devem evitar longos períodos de abandono dos animais em suas unidades privativas.

O que pode e o que não pode ser feito pelos síndicos?

Cristiane – Os síndicos não têm como proibir a convivência de animais, se a convenção não se ocupou desta vedação. Cabe a eles orientar com circulares e cartazes nas áreas comuns quanto ao modo de convivência e proporcionar um espaço adequado, além de limites de circulação. Porém, se um animal causa perturbação ao conjunto, é porque suas condições de convivência também merecem atenção por parte dos donos.

Diante do tema maior, convivência em condomínios, quais dicas dá às pessoas para viverem em maior harmonia com os vizinhos?

Cristiane – O conhecimento dos limites dessa convivência e a orientação quanto às regras e eficácia das medidas restritivas são a chave de uma boa convivência. Esta também depende de diálogo e bom senso dos administradores, ou seja, síndicos, conselheiros e das empresas imobiliárias que são auxiliares desta administração. A palavra de ordem em condomínio é mediar sempre.

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