Acadêmicos de Medicina criam Liga de combate ao câncer

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Acadêmicos de Medicina criam Liga de combate ao câncer

Alunos participam de estudos e ações para prevenir a doença

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A segunda doença que mais mata no mundo provoca dúvidas. Por ano, mais de meio milhão de brasileiros são diagnosticados com câncer e, apesar dos avanços da pesquisa oncológica, grande parte da população ainda trata o tema como um tabu.

04A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece o dia 8 de abril como Dia Mundial de Combate ao Câncer. Para a OMS, a data existe para desconstruir conceitos que afastam as comunidades do assunto, dificultando o diagnóstico e o tratamento adequado à doença.

Desde o início do ano, alunos do curso de Medicina da Univates participam da Liga de Oncologia Clínica. Com a supervisão de professores da área de oncologia, realizam trabalhos que visam beneficiar a comunidade por meio de pesquisas, palestras e campanhas de conscientização e prevenção à doença.

De acordo com o professor Leandro Brust, supervisor do projeto, a iniciativa partiu dos alunos. O objetivo é desmistificar a doença e fazer com que as pessoas tenham consciência do que ela representa, assim como as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

“Também queremos desenvolver pesquisas para formar uma base científica sólida sobre o tema”, afirma. Para Brust, apesar de ainda ser tratado como sinônimo de morte, se diagnosticado de maneira precoce e tratado corretamente, a chance de cura é significativa. Para isso, as pessoas precisam estar atentas aos sinais da doença e as formas de prevenção.

Além do benefício à população, o projeto também desenvolve profissionais capacitados sob o ponto de vista médico e humano. “Queremos que se coloquem no lugar dos pacientes e entendam as angústias, medos e sentimentos que permeiam a doença.”

A medicina de saúde da família é considerada por Brust como uma das melhores formas de prevenção. Segundo ele, ao visitarem o ambiente em que vivem os pacientes, médicos conseguem ter uma melhor percepção dos fatores que podem trazer risco às comunidades.

Brust reforça a intenção da Liga de garantir a descoberta de tumores ainda em fase inicial. Para o professor, os números de novos diagnósticos por ano estão subdimensionados, pois nem todos os casos da doença chegam a ser registrados.

Acredita que a preparar os futuros médicos e a comunidade para esta realidade é o primeiro passo para a redução dos índices de mortalidade da doença.

Casos aumentam

Estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) calcula em cerca de 580 mil os novos casos de Câncer registrados no Brasil em 2014. Entre estes, os mais comuns são os de pele (182 mil), próstata (69 mil), mama (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil) e estômago (20 mil). O número de casos novos para cada tipo de câncer foi calculado com base nas taxas de mortalidade dos estados e capitais brasileiras.

O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior incidência de câncer de próstata, com 91,4 casos para cada cem mil habitantes. O Estado também tem os maiores índices de tumores de pulmão no país. A taxa é de 33,5 homens e 21,3 mulheres para cada cem mil pessoas.

Conforme o Inca, as causas da doença podem ter fundo genético, mas 80% dos casos estão relacionadas ao ambiente e aos hábitos. Porém os agentes desencadeadores podem interagir, aumentando a probabilidade dos tumores malignos.

Investimento

Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que até 2030 serão 27 milhões de novos casos de câncer por ano em todo o mundo e 17 milhões de mortes pela doença.

A doença também é uma das que mais consome recursos públicos da saúde. Em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 2,1 bilhões em tratamentos em todo o Brasil. No ano passado, o total gasto chegou aos R$ 4,5 bilhões.

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