Região pede à EGR túneis para animais

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Região pede à EGR túneis para animais

Projeto desenvolvido pela Repraas prevê quatro passagens de fauna na Rota do Sol

oktober-2024

Vale do Taquari – Comitiva viaja a Porto Alegre, na próxima segunda-feira, para apresentar à direção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) estudo sobre a mortandade de animais silvestres em trecho da RSC-453 (Rota do Sol). O grupo entrega para a estatal projeto desenvolvido pela Rede de Proteção Ambiental e Animal (Repraas), que prevê a instalação de quatro passagens de fauna na rodovia (veja sugestão abaixo).

03Os estudos, coordenados pela bióloga Rosiara Kich, iniciaram no fim do ano passado e apontam urgência na implantação da proposta. Segundo levantamento da ONG, de seis a oito animais morrem atropelados todos os dias apenas no percurso entre Estrela e Teutônia. “Não podemos aceitar isso calados”, ressalta o presidente da Repraas, Vladimir da Silva.

A maioria dos atropelamentos ocorre entre a noite e início da manhã. Às 9h30min dessa terça-feira, por exemplo, dois graxains foram encontrados mortos nas proximidades com a ponte de sobre o Arroio Boa Vista. Além da espécie, também são comuns casos com tatu, quati, gambá, lagarto e porco-espinho.

Nos últimos anos, a Repraas identificou pelo menos quatro felinos atropelados no mesmo trecho, em especial gatos do mato. De acordo com Silva, o número pode não parecer significativo, mas põe em risco a existência de algumas espécies na região. “Isso porque se olharmos a densidade populacional, são poucos desses animais que habitam as matas locais.”

O presidente da ONG destaca a dificuldade de contabilizar o número de animais silvestres mortos nas estradas. Em âmbito nacional, estima-se que cerca de 450 milhões sejam atropelados por ano. Iniciativa da Universidade Federal de Lavras, de Minas Gerais, tem contribuído para o registro. A entidade lançou um aplicativo chamado Urubu Móbile, no qual populares fotografam as carcaças e enviam para um grupo de analistas, do qual a Repraas faz parte.

Entenda o plano

O projeto foi concluído nesta semana e contém demarcações das áreas de maior risco de atropelamentos, fotografias e dados estatísticos. Entre as reivindicações a serem feitas pela Repraas está a colocação de placas no trecho, informando se tratar de um espaço de circulação de animais silvestres.

Além disso, a ONG pretende que a EGR construa as chamadas passagens de fauna. A medida prevê a instalação de cercas ao longo da rodovia e, no meio desse espaço, um túnel por baixo da pista.

Com isso os animais seriam forçados até a passagem, evitando o contato com o tráfego de veículos. “Quando o bicho passa por ali, segue a tela até achar uma saída. Assim, passa por baixo da pista”, observa Silva.

Projeto semelhante foi desenvolvido na duplicação dos 33 quilômetros da BR-386. O Dnit investiu cerca de R$ 490 mil na instalação de cercas galvanizadas, construção de túneis e colocação de placas alertando ao risco de atropelamentos.

Pressão política

Fazem parte da comitiva, além do presidente da Repraas, o vereador lajeadense Carlos Ranzi (PMDB), os parlamentares de Teutônia, Marcos Quadros (PSDB) e Mareli Vogel (PP), e a juíza de Taquari, Andrea Caselgrandi Silla. O grupo aposta na pressão política para conseguir sensibilizar a EGR sobre a importância do projeto.

Mareli acredita que a maneira mais fácil de conseguir recursos para o investimento é por meio da concessionária de pedágios. “Eles arrecadam nas praças da região e o dinheiro precisa ser destinado para melhorias nas rodovias. Agora, se não der, acharemos de uma alternativa.” Como opções, cita a iniciativa privada ou o governo federal. Caso a EGR não apoie o projeto, a Repraas pretende buscar apoio no Ministério Público (MP).

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