Governo estuda criar carreira de médico

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Governo estuda criar carreira de médico

Proposta do Simers pretende reduzir a concentração de profissionais na capital

Estado – Em parceria com o Sindicato Médico gaúcho (Simers), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) criou uma comissão que pretende implantar a carreira de médico estadual. A medida é vista pela categoria como uma das soluções que podem atrair profissionais para o interior do Estado.


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A maior parte dos médicos gaúchos está concentrada em Porto Alegre, que chega a ter oito vezes mais profissionais do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o Simers, proporcionalmente há quatro vezes mais médicos na capital do que em países como Inglaterra e Canadá.

O presidente do sindicato, Paulo de Argollo Mendes diz que a proposta se assemelha ao plano de carreira adotado por juízes e promotores do Estado. “Quando um advogado decide fazer uma carreira pública já sabe que terá que fazer concurso que começará trabalhando em municípios distantes.”

Segundo ele, mesmo em cidades menores os juristas têm garantia de estabilidade em possibilidade de crescimento profissional. “É uma perspectiva que falta aos médicos do interior.” Conforme Mendes, o Estado pode ser o primeiro do Brasil a instituir a proposta.

A comissão que estuda a questão é composta por três representantes do governo e três do Simers, além de seis suplentes. A primeira reunião ocorre no dia 8 de abril.

Recursos garantidos

Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado nos primeiros meses de gestão, o Simers alega que as verbas necessárias estão garantidas devido à obrigatoriedade de destinar 12% do orçamento para a área da saúde.

De acordo com Mendes, em 2014, a área recebeu apenas 10% do orçamento. “A receita da saúde aumentará 20% por força da lei.” Ele afirma que o aumento permitirá a contratação de profissionais por meio de concurso público.

“Há 30 dias conversei com o governador Sartori que determinou o estudo da questão.” Segundo Mendes, o prosseguimento da proposta ficou acertado em reunião com o secretário da Saúde, João Gabbardo.

Apoio político

Conforme o presidente do Simers, os próximos passos para a implantação do plano de carreira é ajustar a proposta com a categoria e o Estado. O modelo preliminar foi elaborado pelo sindicato em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Não há definição, se os médicos terão dedicação exclusiva, da mesma forma como juízes e promotores, ou se poderão trabalhar ao mesmo tempo para o Estado e para hospitais ou clínicas particulares. “Tudo será avaliado por meio da comissão.”

A partir de agora o sindicato articula uma série de reuniões com prefeitos, secretários da Saúde, médicos e hospitais do interior para apresentar a proposta e obter apoio político junto aos gestores. “É a melhor alternativa para a falta de recursos municipais para fixar médicos”, acredita Mendes.

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