Medicamentos chegam aos poucos no HBB

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Medicamentos chegam aos poucos no HBB

Atrasos na entrega de remédios contra o câncer representam riscos aos pacientes

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Vale do Taquari – A direção do Hospital Bruno Born (HBB) confirma que apenas três pacientes receberam os medicamentos necessários para o tratamento do câncer nesta semana. Outros dez devem receber os remédios apenas na próxima semana, quando se completa quase um mês de atraso.

02A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) culpa o Ministério da Saúde (MS) pela falha na entrega, que deveria ter sido feita ainda em fevereiro.

De acordo com o diretor-executivo do HBB, Cristiano Dickel, só três caixas do medicamento tasigna foi entregue na manhã de ontem. “Mas não recebemos a encomenda de sprycel, necessário para dez pacientes do setor de oncologia.”

Ele confirma que a promessa do governo do Estado e da União era encaminhar esse remédio até ontem. “Ficou para semana que vem”, anuncia. Os remédios são pagos pelo SU) e alguns chegam a custar até R$ 20 mil.

Uma das pacientes recorreu a um plano de saúde para tentar o medicamento. Ela se recupera de uma leucemia e necessita de uma dose mensal de comprimidos. Outros pacientes não têm condições de pagar e ainda aguardam.

Coordenadora do serviço de quimioterapia do HBB, Cristiane Siqueira, volta a lamentar a drástica situação dos pacientes. “Eles nos ligam quase todos os dias. Nos preocupa essa interrupção no tratamento deles.” Ela informa que o hospital sempre gerenciou a compra dos medicamentos, mas que a responsabilidade mudou após a divulgação da nova portaria do Ministério da Saúde, aprovada em 30 de janeiro passado.

Com a mudança, o Ministério da Saúde passou a centralizar a distribuição desses medicamentos. Cristiane comenta que cada caixa tem cerca de 60 comprimidos, suficientes para o tratamento mensal de um paciente. “A quantidade vale para o medicamento tasigna como para o sprycel”, diz.

Conforme a oncologista, Viviani Fernandes, que trata uma das pessoas que aguarda pelos medicamentos, os pacientes não podem ficar sem a medicação, pois há risco de recidiva em casos de doenças graves, com risco de morte em alguns casos. Isso, conforme ela, pois não se sabe qual a reação do organismo mediante o recomeço do tratamento.

Entenda melhor

O setor farmacêutico da Secretaria Estadual de Saúde confirma o atraso que já perdura mais de duas semanas. Daniela Pieresan, farmacêutica do Estado, aponta que o erro foi da equipe do Ministério, em Brasília.

Segundo ela, o Estado enviou, ainda em janeiro, um quantitativo de medicamentos para o primeiro trimestre. Mas o governo federal enviou produtos referentes a um outro quantitativo, entregue em novembro de 2014. Com isso, o número que chegou até a secretaria estadual em fevereiro foi insuficiente.

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