Consórcio pressiona governo por recursos

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Consórcio pressiona governo por recursos

Municípios tentam evitar suspensão de serviços como ocorre no Vale do Rio Pardo

Vale do Taquari – Integrantes do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (Consisa) viajam a Porto Alegre nesta tarde a fim de pressionar o Estado pelo pagamento de atrasados relativos ao ano de 2014.

02Convocado pela Associação Gaúcha de Consórcios Públicos (Agconp), o encontro reúne representantes de diversas regiões do Estado. A reunião começa às 14h, na sede da Secretaria da Saúde.

De acordo com o diretor-executivo do Consisa, Nilton Rolante, alguns serviços estão na iminência de serem afetados, entre eles os prestados pelo Samu e pelo Instituto Oftalmológico de Encantado. Isso ocorre porque o consórcio esgotou a reserva financeira quintando despesas mensais relativas aos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado.

O déficit com o Samu totaliza R$ 454 mil, sendo R$ 300 mil relativos apenas à unidade avançada de Lajeado. Há ainda R$ 138 mil atrasados do instituto. “Tudo aquilo que tínhamos em caixa gastamos para manter os serviços funcionando. Zeramos a reserva”, diz Rolante. Em caso de um gasto extra, o consórcio não poderia arcar com mais alguma despesa.

Como exemplo cita a condição das ambulâncias. “Elas estão chegando aos quatro anos de uso, percorrem muitos quilômetros e demandam manutenção. Se alguma delas estragar, não teremos dinheiro para o conserto. Ela poderá ficar parada.”

Segundo o diretor-executivo, se não houver uma sinalização em ajustar o passivo por parte do governo, o consórcio precisará rediscutir com os prefeitos os serviços. “Afinal, os atendimentos devem continuar, temos contas a pagar, e alguém precisará assumi-las. Mas temos certeza de que sairemos com um resultado positivo do encontro.”

Apesar das pendências relativas ao ano passado, o governo do Estado quitou os serviços de forma regular desde o começo deste ano. No que tange a União, todos os pagamentos estão dentro do cronograma.

Busca por solução

Em virtude da falta de repasses, serviços das ambulâncias avançadas do Samu foram suspensos nessa segunda-feira no Vale do Rio Pardo. A paralisação atingiu quase 200 mil pessoas em 20 cidades. O atendimento com a unidade básica permanece sem interferências. Este é custeado com recursos municipais.

Líderes regionais estiveram reunidos com o governo gaúcho durante a tarde de ontem para pleitear uma solução. A dívida do Estado com a região supera os R$ 2 milhões. Apenas em Rio Pardo, o passivo atinge R$ 1,2 milhão, no qual o último pagamento ocorreu em julho do ano passado.

O Samu tem sede em três das principais cidades: Santa Cruz do Sul, Rio Pardo e Venâncio Aires. Em virtude da suspensão das atividades, as ambulâncias deixaram de socorrer pessoas afora desses municípios e pararam de atender ocorrências nas rodovias administradas pela EGR.

A manutenção da ambulância avançada e dos aparelhos da unidade é feita pelos municípios. Mas o pagamento de enfermeiros, médicos e motoristas, cujo valor mensal se aproxima de R$ 150 mil, é dividido entre os governos estadual, federal e cidades atendidas.

Entenda

– Estado não pagou atendimentos do Samu e Instituto Oftalmologia nos últimos três meses de 2014.

– Somados, atrasos chegam a quase R$ 600 mil. Para cobrir as despesas, Consisa zerou o caixa reserva. Caso alguma ambulância estrague, por exemplo, poderá ficar parada.

– Líderes regionais têm reunião com o governo, às 14h, para buscar uma solução.

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