EGR cogita romper com Samu e Bombeiros

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EGR cogita romper com Samu e Bombeiros

Autarquia quer modificar convênios para socorro médico e mecânico nas estradas

Estado – Um ano após assinar contrato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para atendimento de resgate e salvamentos em acidentes, a EGR cogita romper o convênio que garante o uso do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nas estradas pedagiadas. Empresa pública repassou mais de R$ 1,7 milhão desde o início do acordo.

04A nova direção da autarquia estuda a possibilidade de modificar o modelo produzido pela gestão do ex-governador, Tarso Genro, criado a partir do fim do contrato de concessão privada. A informação é do novo diretor administrativo e financeiro da EGR, Ney Michelucci.

Apesar da possível mudança, garante que todas as 14 praças sob controle da empresa serão atendidas. Nenhum outro detalhe a respeito do novo modelo foi repassado até o momento. Também não há prazo para a definição e posterior implantação do formato de atendimento médico e mecânico nas rodovias.

A EGR ainda mantém convênios para prestação de serviços nas estradas com pedágio. Há contratos com o Samu, Corpo de Bombeiros, grupos de bombeiros voluntários de diversas cidades, com o Detran e com a Polícia Rodoviária Estadual. A autarquia não descarta a possibilidade de romper com todos esses acordos. Entre as razões estão a política de contenção de despesas e centralização dos serviços da área da saúde.

A decisão pode representar alívio para os profissionais do Samu. Desde que iniciou os atendimentos médicos aos motoristas, sem o aporte das ambulâncias da extinta Sulvias, o número de ocorrências quase triplicou. A sobrecarga sobre as equipes é uma reclamação dos consórcios de saúde espalhados pelo Estado. Na região, a mudança não trouxe melhorias, pois o Consisa permanece com apenas cinco unidades básicas e uma avançada.

“São seis bases para 34 cidades”

Para o secretário-executivo do Consisa, Nilton Rolante, o fim do convênio com a EGR só trará benefícios para a comunidade, se o governo do Estado garantir aporte de outros veículos e profissionais nas estradas.

“Atendemos todo o trecho entre Tabaí e Pouso Novo, por exemplo. É muita distância para apenas seis unidades, tendo em vista que somos responsáveis também pelo atendimento na área urbana.”

Rolante lembra que o Samu já atendia ocorrências durante a concessão privada das rodovias. Reitera que a demanda quase triplicou com o fim do contrato com a Sulvias. Só nos oito primeiros meses após a retirada das ambulâncias da concessionária, o Samu atendeu mais de 150 acidentes só nas ERS-130 e ERS-453. Antes disso, a equipe do serviço médico atendia – no mesmo período verificado – menos de 40 ocorrências.

O secretário-executivo lembra que o Samu foi criado para atender pacientes na área urbana. Lamenta o fato da região ter apenas uma unidade avançada, responsável também pelo traslado entre hospitais da região e a área metropolitana do Estado. “Ela está sempre na rua. Nunca para. Estamos pleiteando uma nova faz mais de um ano. Isso demonstra um pouco da nossa dificuldade.”

Licitação das ambulâncias parada

Em novembro de 2013, o ex-governador assinou convênio com o Corpo de Bombeiros. A promessa era comprar 31 ambulâncias para que a equipe auxiliasse o Samu no atendimento de vítimas de acidentes em rodovias pedagiadas. Um ano e quatro meses depois, as licitações sequer foram homologas e direção cogita suspendê-las.

A primeira licitação estava marcada para fevereiro de 2014, mas foi cancelada após questionamento de algumas empresas concorrentes. O edital previa investimento total de R$ 7,2 milhões.

A concorrência foi reaberta no fim do ano passado, desta vez dividida em três processos licitatórios: um para compra das ambulâncias, outro para aquisição do material, e outro para instalação e adequação dos veículos.

Os envelopes com as propostas foram abertos em dezembro. Três meses depois, a autarquia ainda não divulgou os vencedores. Segundo Michelucci, as três licitações estão sendo revisadas por uma comissão da EGR. “Talvez sejam canceladas”, confirma o diretor administrativo da autarquia. Caso isso ocorra, garante que novas licitações serão “imediatamente” abertas.

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