Teutônia – As atividades da Usina de Tratamento de Lixo (UTL), em Linha Geraldo, estão paralisadas desde o fim de dezembro. A empresa responsável pelo trabalho desistiu de administrar a separação dos resíduos e, desde então, o governo municipal tem dificuldades para encontrar alguma sucessora. Contrato emergencial foi assinado ontem e serviço deve ser normalizado na segunda-feira, alega o Executivo.
Sem a triagem, todos os resíduos passaram a ser depositados na vala do aterro sanitário. Na última sessão do Legislativo, quinta-feira passada, os vereadores Hércio Von Muhlen e André Böhmer manifestaram preocupação. “Essa célula foi projetada para durar anos e está quase cheia. É lamentável ir lá e ver as máquinas paradas”, frisa Muhlen.
O subsecretário da Agricultura e Meio Ambiente, Luiz Fernando Rückert, reconhece o problema: “foi um material a mais para dentro da vala. Não tem nenhuma irregularidade, mas diminui um pouco a vida útil.”
A empresa fazia o serviço por quase seis anos. Mas no fim de 2014, mostrou desinteresse em continuar a triagem diante do baixo rendimento financeiro. “Precisamos respeitar um prazo de 20 dias para que retirassem os equipamentos da área. Em paralelo publicamos edital, mas ninguém se interessou”, diz Rückert.
Outras três licitações foram abertas na sequência, todas frustradas pela falta de participantes. Diante da dificuldade, a administração municipal decidiu assinar um contrato emergencial para normalizar os trabalhos de separação do lixo.
Uma cooperativa de catadores de Lajeado apresentou melhor proposta, com a qual o município assinou o contrato ontem pela manhã. A legislação mudou, por isso houve demora para adaptar o contrato emergencial, conta Rückert.
Licitação em 180 dias
O antigo modelo de contrato da UTL era feito pelo sistema de concessão onerosa. Por meio dele, informa Rückert, a empresa disponibilizava os trabalhadores em troca do material reciclável. “Mas isso deixou de ser atrativo. Foi a mesma proposta que apresentamos nos quatro editais de licitação, por isso ninguém participou.”
Um novo levantamento a respeito dos custos de serviço foi realizado pelo Executivo. De acordo com o subsecretário, o governo estuda pagar um montante pela triagem para atrair mais participantes.
Segundo estimativa de Rückert, a licitação deve ser realizada em 180 dias. Prevê a conclusão do novo edital para duas semanas. Serão exigidos no mínimo 12 trabalhadores na esteira de separação, um operador, um gerente e mais o responsável técnico.
Entenda
– Empresa desistiu de continuar a triagem em dezembro, após o término do contrato, sob a alegação de baixo rendimento financeiro;
– Quatro editais de licitação foram publicados. Ninguém participou;
– Contrato emergencial com cooperativa de catadores de Lajeado foi assinado ontem e separação deve ser normalizada na segunda-feira;
– Governo prevê novo edital para duas semanas e licitação para 180 dias.
