Metade reprova no exame de habilitação

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Metade reprova no exame de habilitação

Índice relativo às provas de carro e motocicleta atinge o maior patamar desde 1997

Vale do Taquari – Tirar a habilitação para carro ou motocicleta está cada vez mais difícil. Sete em cada dez alunos dos nove CFCs da região reprovam no exame prático da categoria B (69,85%), conforme dados do Detran no Estado relativos a janeiro e fevereiro. Em relação às provas da A, 37% dos alunos não conseguem passar.

03Em âmbito estadual a situação é semelhante. O índice de reprovações na prova prática para motorista de carro atingiu o maior patamar desde 1997, quando foi implantado o Código de Trânsito no Rio Grande do Sul. Na época, 30,9% dos gaúchos fracassavam diante do exame. Agora são 66,16%.

Apesar das reprovações, o Detran descarta flexibilizar a sistemática de avaliação. O órgão adota o rigor como estratégia para combater o número de mortes nas estradas gaúchas. Segundo o departamento, o que pode ser taxado como rigorismo, nada mais é do que o cumprimento da legislação e também uma resposta à comunidade devido à violência no trânsito.

Por outro lado, as ações adotadas para melhorar o desempenho dos alunos surtem pouco resultado. Entre elas está o simulador veicular, equipamento implantado no começo do ano passado que recria 26 situações do trânsito, como dirigir na chuva ou fazer curvas fechadas.

Alguns planos sequer foram postos em prática, como a instalação de câmeras para monitorar a realização das provas práticas. Prevista desde o fim de 2012, a proposta não tem prazo para sair do papel. De acordo com o Detran, resta apenas escolher a tecnologia a ser empregada nos aparelhos para posterior licitação.

A instalação de câmeras busca gerar provas aos candidatos que se julgarem injustiçados pelo examinador e quiserem ingressar com recurso no Detran. Apenas no ano passado, 268 alunos reprovados no teste questionaram o resultado. Destes, 16 tiveram os argumentos aceitos. As filmagens devem ter cunho pedagógico: por meio da identificação dos erros mais comuns, aprimorar o processo de formação.

O grande número de reprovações nos exames da categoria B não é exclusivo dos candidatos a motorista no Estado.

Em Minas Gerais, por exemplo, 71,9% dos candidatos não conseguem passar na prova prática.

Mulheres lideram índice

Estatística divulgada pelo Detran-RS aponta o gênero dos reprovados nos exames realizados no Vale do Taquari desde 2010. Em ambas as provas, categoria A e B, as mulheres aparecem com o maior percentual de reprovação.

A maior dificuldade está na avaliação para motorista de carro. Há cinco anos, 65,48% das mulheres não passava na prova. Agora são 74,78%. Em relação ao sexo masculino, o índice de reprovação passou de 43,33% para 51,87% no mesmo período.

No que tange aos exames da categoria A, mais pessoas conseguem conquistar a habilitação. Em 2010, 36,35% das mulheres não conseguiam cumprir o teste. Passou para 40,25%. Na mesma época, 19,21% dos homens reprovavam e agora são 19,96%.

“Não adianta recorrer”

A empresária Diana Scherer, 40, de Marques de Souza, levou quase três anos para conseguir passar no teste para motorista de carro, em agosto do ano passado. Foram mais de 20 tentativas frustradas, ao custo aproximado da metade de um automóvel popular.

O exame permite erros até somar três pontos. Mas no caso de Diana, na maioria das vezes, chegava a quatro. “O rigor é grande e com qualquer coisa errada, já estamos reprovados. Não sou de ficar nevosa, mas basta chegar no carro e cumprimentar o examinador: ele nem responde e nos deixa mal. Tive amigas que desistiram da carteira por tudo isso.”

Diana aponta ainda há falta de amparo para recorrer do resultado da prova. Em diversos casos, cita, o examinador descontou pontos sem que ela tivesse cometido o erro apontado. “Uma vez me culpou por não ligar o pisca. Quando eu reclamei, respondeu que bastava recorrer. Só que a minha palavra não vale nada contra a dele.”

falhas no exame

1ª – Desligar o motor sem justa razão após início da prova;

2ª – Fazer incorretamente ou deixar de fazer sinalização;

3ª – Não colocar veículo na baliza em três tentativas no tempo fixado;

4ª – Avançar sobre balizamento quando ingressando na vaga;

5ª – Engrenar ou utilizar marcha de maneira incorreta durante percurso;

6ª – Perder o controle da direção do veículo em movimento;

7ª – Não observar regras de ultrapassagem ou de mudança de direção;

8ª – Por o veículo em movimento sem adotar cautelas necessárias;

9ª – Usar a contramão de direção;

10ª – Avançar sobre o meio fio.

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