Vizinho teria matado idoso a marretadas

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Vizinho teria matado idoso a marretadas

Suposto assassino de Reonildo Zapello alega ter matado para comprar drogas

Lajeado – A brutalidade do assassinato de Reonildo Zapello, 60, ocorrido na madrugada de ontem no bairro Hidráulica, choca a comunidade. O idoso foi encontrado morto dentro de casa no início da tarde.

03Uma vizinha entrou na moradia após estranhar a ausência do aposentado e o fato de o cachorro estar solto na rua. Quase duas horas depois, a Polícia Civil identificou o suspeito do crime. Levado à delegacia, confessou.

De acordo com o delegado Silvio Huppes, o suposto assassino teria invadido a casa nas primeiras horas dessa quinta-feira. Estava à procura de dinheiro para comprar drogas. Como o idoso teria reagido, houve agressões. Então, o criminoso – que mora a cerca de 50 metros do local – pegou uma marreta de construção e golpeou Zapello.

O suspeito tem 27 anos. É natural de Novo Hamburgo e mora faz meio ano no endereço. Ele teria sido visto no fim de quarta-feira em estado alterado. “O autor prestava serviços à vítima, por isso segundo os moradores, o cachorro não teria acuado”, aponta Huppes. Foram levados R$ 70 e alguns objetos.

Na noite de ontem, Huppes solicitava a prisão preventiva. Até o fechamento desta edição (21h), não havia a confirmação do juiz. Caso acatado o pedido, o suspeito seria encaminhado ao Presídio Estadual de Lajeado. O delegado Huppes enaltece o empenho da Polícia Civil nas investigações e a colaboração da comunidade. “Concentramos todos os esforços lá. Foi importante o depoimento da vizinhança.”

Crime choca comunidade

Os moradores da rua João Pessoa, onde residia Zapello, estão incrédulos. “Era uma pessoa humilde e educada, querido por todos daqui. Não faria mal a uma mosca e foi assassinado dessa maneira”, lamenta um morador. De forma costumeira, o idoso se reunia com amigos para confraternizar, em especial para tomar chimarrão ou assar churrascos.

Zapello era natural de Getúlio Vargas. Havia comprado a casa havia cerca de cinco meses. Desde que chegou a Lajeado, reformava o prédio. As obras estavam na etapa final. Hoje, o idoso começaria a consertar a calçada com o auxílio de moradores do bairro.

Parte do imóvel estava sendo ajustada em repartições, a fim de serem locadas. Das três até então prontas, uma tinha sido alugada e as demais estavam em fase de negociação. “Ele investia todo seu dinheirinho (sic) na casa. Quando estava chegando a hora de aproveitar a vida, acontece isso.” Zapello morava sozinho no segundo piso. O corpo foi encontrado na sala.

O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre foi acionado e chegou a Lajeado por volta das 18h. Os especialistas constataram sangue na marreta. Em seguida, o corpo da vítima foi encaminhado para necropsia no Departamento Médico Legal (DML) da cidade.

Terceiro assassinato em três dias

Com a morte de Zapello, chega a quatro o número de pessoas assassinadas em Lajeado em 2015. Três morreram apenas nesta semana. Na terça-feira, Carlos Ariel da Silva Camargo, 24, e Welinton Becker Konoroski, 21, foram mortos a tiros no bairro Conservas. A principal dificuldade nas investigações é a falta de colaboração das testemunhas. Muitas pessoas presenciaram o crime, mas temem depôr.

A primeira morte do ano ocorreu dia 19 de janeiro, uma segunda-feira, no bairro Universitário. Ernani João Pflugseder, 48, foi morto a tiros dentro de sua casa, situada na avenida Senador Alberto Pasqualini, a cerca de um quilômetro da ponte de ferro que liga Lajeado e Arroio do Meio.

No mesmo período de 2014 – considerado o ano mais violento da história da cidade, com 34 homicídios – cinco pessoas havia sido assassinadas em Lajeado. A continuidade dos crimes neste ano preocupa órgãos de segurança e comunidade.

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