Vale do Taquari – Acaba à meia-noite deste sábado o horário de verão. Em dez estados brasileiros, além do Distrito Federal, os relógios devem ser atrasados em uma hora. O formato de horário está em vigor desde 19 de outubro do ano passado e busca oportunizar o melhor aproveitamento da luminosidade natural e economizar energia elétrica. Dados preliminares apontam redução de 4,5% na demanda energética neste período no Estado.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com uma hora a mais de luz natural, a demanda no horário de pico (das 18h às 21h) diminui cerca de 2.595 MegaWatts (MW). A economia pode chegar a R$ 278 milhões, pois assim se diminui a geração térmica, em alta devido à crise de produção hídrica no país. Além disto, o menor consumo possibilita melhor controle dos sistemas de transmissão e limita riscos de apagões.
O horário de verão acaba, conforme estabelecido pelo governo federal, sempre ao terceiro domingo de fevereiro. Mas há exceção em anos em que o Carnaval ocorre nesta data, como ocorre neste ano.
Assim, os relógios precisam ser ajustados no último fim de semana do mês. Mesmo com uma semana a mais se comparado ao período 2013/14, o governo estima economia 17% inferior.
Com a mudança, o sábado ganha uma hora a mais e totaliza 25 horas. A troca de horários divide opiniões. Muitos reclamam das dificuldades para se acostumar ao novo horário. De acordo com o médico Fábio Fraga, o impacto na rotina é diferente para cada pessoa. “Há aquelas mais suscetíveis, que podem adotar algumas medidas.”
A principal sugestão de Fraga a esse grupo é não alterar de forma brusca os hábitos diários. “É preciso ir mudando a rotina aos poucos, assim a pessoa sentirá menos. Se está habituado a ir dormir em um determinado horário, deve mantê-lo até se acostumar.”
Aos que praticam atividades físicas e deverão reduzi-las, o médico aconselha a adaptar o horário de acordo com a resposta do organismo. “Pode haver uma certa preguiça nesse processo, mas não se pode desistir.”
Horário existe desde 1931
A primeira instituição do horário de verão ocorreu entre 1931 e 1932, no governo de Getúlio Vargas. Durou cinco meses. A adoção sem interrupções, contudo passou a ser feita a partir de 1985, com algumas diferenças nos estados que aderem à mudança e os períodos de duração.
Decreto assinado em 2008 regrou as datas do horário de verão e fixou a duração em quatro meses. Desde então, começa no terceiro domingo de outubro e encerra no terceiro domingo de fevereiro. A única exceção ocorre quando houver coincidência com o Carnaval. Neste caso, o término fica para o último domingo de fevereiro.
O Brasil não foi pioneiro em implantar o horário. A ideia de adiantar a hora oficial na estação mais quente do ano foi lançada pelo então político norte americano, Benjamin Franklin, em 1784.
Apesar disso, a Alemanha foi o primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão, em 1916 para economizar gastos com carvão durante a Primeira Guerra Mundial.
Saiba mais
Entre outubro e fevereiro, os dias têm maior duração nas regiões subtropicais, por causa da posição da Terra em relação ao Sol. Com o adiantamento de uma hora nos relógios, há uma redução na demanda máxima de energia elétrica durante o período de ponta de carga (período em que ocorre a maior demanda) do sistema elétrico brasileiro.
O Ministério de Minas e Energia divulgou nesta semana a estimativa de redução da demanda energética no horário mais impactado pelo horário de verão (18h às 21h). Conforme dados preliminares, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste deixou de gastar 1.970 MW e 625 MW no subsistema Sul, correspondendo a uma redução total de cerca de 4,5%.
