Lajeado – Miria Maria Vacari Rabaiolli, 65, foi atropelada ao tentar cruzar as quatro pistas da BR-386, em frente ao Shopping Lajeado, às 15h20min de ontem. Socorrida pelo Samu ao Hospital Bruno Born (HBB), seguia em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) até o fechamento desta edição (21h).
A idosa estava na pista do sentido interior-capital e tentou atravessar correndo em direção ao centro de compras. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), um dos motoristas ainda conseguiu desviar da idosa, mas ela acabou atropelada por um gol com placa de Santa Catarina, que seguia na sequência.
É grande o risco de atropelamentos no trecho. Diversas pessoas insistem em atravessar a rodovia, em vez de cruzá-la pela passarela. A recorrência de casos motiva pedido da PRF ao Dnit para instalação de uma cerca no centro da pista.
“Vamos encaminhar essa demanda. Precisamos forçar os pedestres a usarem a passarela”, ressalta o chefe operacional da 4a delegacia, Leandro Wachholz. Mesma reivindicação foi feita à Sulvias, mas acabou esquecida.
A maioria dos atropelamentos é de pessoas mais velhas. A polícia rodoviária ressalta o perfil das vítimas: “são pessoas com reflexo e mobilidade reduzidos”. O último caso com morte na região aconteceu em setembro do ano passado. José dos Santos Borges, 49, foi atropelado por um caminhão nas imediações do acesso a Forquetinha.
Apenas três passarelas na região
A passarela em frente ao shopping foi construída em 2000, graças ao intermédio de empresários da cidade. Além desta, há outras duas no perímetro da BR-386 no Vale do Taquari. Uma delas também em Lajeado, no bairro Hidráulica, imediações da empresa Conpasul. A outra fica em Estrela, ligação entre os bairros Boa União e Imigrantes.
Há quase dois anos, a Câmara de Vereadores de Estrela encaminhou ao Dnit pedido para construção de mureta próximo da passarela. Mas a autarquia repassou a responsabilidade ao Daer, que na época fazia a gestão do trecho. Este alegou que a obra era de competência do departamento federal. Em meio a isto, nada foi feito.
Outra frustração ocorre pela falta de passagens elevadas aos pedestres no projeto de duplicação de 33,5 quilômetros da rodovia federal, entre Tabaí e Estrela. Mesmo com o apelo de líderes regionais para a inclusão de passarelas no trecho, as obras seguem de acordo com o planejado prévio. A polícia rodoviária ressalta: “Há muitos perímetros urbanos que necessitariam de passarelas. É um risco.”
